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Cerco policial em Minas não desmobiliza atividades dos movimentos sociais

Os movimentos sociais atingidos pela violência policial desta última segunda-feira mantiveram a agenda de trabalho prevista para o Encontro, onde concentravam, além de debates sobre as propostas para um desenvolvimento sustentável para o Brasil, a realiza

Os movimentos sociais atingidos pela violência policial desta última segunda-feira mantiveram a agenda de trabalho prevista para o Encontro, onde concentravam, além de debates sobre as propostas para um desenvolvimento sustentável para o Brasil, a realização do Tribunal dos Crimes do Latifúndio ocorridos em Minas Gerais.

 

O dia se iniciou sob um clima de grande tensão provocado pelo literal cerco policial à área da Assembléia Legislativa onde se concentravam os integrantes dos movimentos. Uma tensa negociação se desenvolveu, intermediada por uma comissão de parlamentares tendo à frente a deputada Jô Moraes, do PCdoB para que fossem asseguradas as condições para que o Movimento dos Atingidos por Barragem e os representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra pudessem realizar os debates onde aprovariam uma proposta a ser enviada aos representantes oficiais do Encontro do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

 

A bandeira central do Movimento dos Atingidos por Barragem, incorporada pelas demais entidades estava concentrada na redução das tarifas de água e energia.

 

O movimento adotara a bandeira “Água e Energia para a Soberania do Povo Brasileiro” compreendendo que a defesa da energia era a forma mais concreta da defesa da vida diante da ameaça da apropriação da iniciativa privada em períodos anteriores.

 

Não entrou em discussão a invasão ocorrida na empresa de energia do Estado de Minas Gerais-Cemig, pela delicadeza do tema que poderia levar a divergências quanto aos métodos utilizados por setores do movimento em relação à depredação realizada.

 

Durante todo o dia, reflexões sobre o ocorrido no dia anterior e sobre a situação da vida de cada participante provocou importante painel sobre as dificuldades enfrentadas pelo povo pobre do interior.

 

 Os momentos de maior emoção foram protagonizados pelos presos e espancados do dia anterior, a maioria deles apresentando as lesões sofridas através de engessamento de órgãos. Pessoas simples do povo pobre que não conseguiam entender as razões da violência desencadeada contra eles.

 

A realização do Tribunal contra os Crimes do Latifúndio foi o momento de maior concentração onde, “defesa” e “acusação” demonstraram seus argumentos.

 

Levando à condenação dos crimes do Latifúndio por sete votos à zero, o corpo de jurados produziu uma forte peça de denúncia à impunidade que ainda resta no país.

O Encontro define, nessa quarta-feira, a carta a ser enviada ao BID a cerca das reivindicações para assegurar uma outra política nas relações internacionais desses organismos.