Com participação de apenas 28% dos eleitores, a constituição pode ser promulgada e gerar perseguição aos opositores. Baixa participação também pode ser força de oposição, caso Saied frustre as expectativas.
O presidente Kais Saied dissolveu o legislativo e o judiciário e define superpoderes. Oposição diz que ele se aproveita da insatisfação com a crise econômica para dar um golpe autoritário.
Onze anos depois da revolta que derrubou Abidine Ben Ali, políticos e ativistas da oposição dizem que o ‘monopólio do poder’ do presidente Kais Saied é insustentável e denunciam sua abordagem de punho de ferro.
A Tunísia enfrenta turbulências políticas e econômicas novamente com o presidente Saied demitindo o primeiro-ministro Mechichi e suspendendo o Parlamento.
Dez anos depois de um vendedor de laranja se imolar na Tunísia, e incendiar todo o mundo árabe, a mídia ocupa um lugar desconfortável na confiança do público. Diferente do Ocidente, ali, as fake news são vistas com ambiguidade, com movimentos de resistência a sua regulação em países de governos autoritários.
Os ideais semeados na primavera árabe da Tunísia começaram a florescer, nas primeiras eleições municipais realizadas após a onda de manifestações no país – três anos atrás – a lei de paridade de gênero mostrou resultados. Túnis será a primeira capital árabe a ter uma prefeita mulher, trata-se da executiva Souad Abderrahim, de 53 anos. Além disso, outras 50 cidades e povoados também elegeram mulheres para o poder executivo.
No aniversário da revolução, o governo da Tunísia decidiu anunciar reformas sociais para "acalmar" a população. Os protestos contra as medidas de austeridade voltaram às ruas do país no início de 2018, já que a subida dos preços torna a vida da população cada vez mais insustentável
As Forças Armadas da Tunísia ocuparam diversas cidades do país nessa quinta-feira (11), onde diversas manifestações contra a política de austeridade do governo deixaram, até agora, pelo menos um morto. Mais de 300 manifestantes foram presos na madrugada de quarta-feira (10)
A polícia da Tunísia disparou na segunda-feira (8) gás lacrimogêneo e entrou em confronto com centenas de pessoas protestando contra desemprego, altos preços e novos impostos em duas cidades. O país, visto no ocidente como “único sucesso democrático” após a Primavera Árabe, sofre graves dificuldades econômicas e seu governo adotou medidas de austeridade
Medida foi aprovada por unanimidade pelos 147 deputados e deputadas no Parlamento; decreto também revoga o artigo do código penal do país que permitia que o estuprador de uma menor se casasse com a vítima para se livrar da prisão
Milhares de tunisinos, sobretudo jovens, têm exigido nas ruas de várias cidades respostas do governo à crise social que tem no desemprego o principal propulsor. A onda de protestos fez-se sentir em 16 das 24 províncias da Tunísia assumindo em muitos casos um carácter de desobediência e desafio às autoridades.
A Grã-Bretanha vai reforçar ainda mais as medidas internas de segurança e anunciou uma resposta de “grande alcance” contra o “terrorismo” islâmico.
Por Carlos Lopes Pereira, no Jornal Avante