A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval foi relançada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na segunda-feira (12). Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), os estaleiros brasileiros empregam atualmente 25 mil trabalhadores. No início dos anos 2010, o setor chegou a ter mais de 80 mil funcionários. Somente o estado do Rio perdeu mais de 25 mil postos de trabalho nos últimos quatro anos.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)vai reinstalar, na próxima segunda-feira (12), a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval. A proposta de relançamento foi uma iniciativa de três sindicatos de trabalhadores metalúrgicos no estado (Angra dos Reis, Niterói e Rio de Janeiro), bem como de entidades patronais ligadas ao setor.
Na manhã desta segunda-feira (21), um ato contra as privatizações e o sucateamento do setor naval brasileiro mobilizou, em frente à Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca, em Pernambuco, dezenas trabalhadores e trabalhadoras.
Por Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT
Uma iniciativa do governo Michel Temer poderá levar ao fim da indústria naval brasileira. A Instrução Normativa nº1.743 (IN 1.743), que altera a Medida Provisória 795 (MP795), e que poderia entrar na pauta do Senado ainda nesta terça-feira (17), prevê zerar a tributação sobre a importação de navios, o que poderá levar os estaleiros nacionais ao colapso.
A Lava Jato não destrói apenas o setor de construção no Brasil. A operação arrasou também a indústria naval do país.
A indústria nacional vem colecionando números desoladores. Em 2016, encolheu -6,6% e no ano anterior já tinha tido uma queda de 3,8%. Essa sequência de dois anos seguidos de baixa só foi verificada no Brasil nos anos de 1930 e 1931, segundo o IBGE e o Ipea. A produção e o investimento estão em queda livre e sem perspectiva de retomada.
Afetada diretamente pela Operação Lava Jato, a indústria naval brasileira demitiu mais de 50 mil pessoas desde 2014, quando a área de petróleo atingiu seu pico de encomendas. Agonizando, o setor recebeu novo golpe neste ano: a flexibilização das regras de conteúdo local, uma obrigação contratual dos leilões que garantiam proteção à indústria nacional.
Representantes da indústria naval reagiram, na Justiça, contra a política do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de acabar com o conteúdo nacional no desenvolvimento de equipamentos do setor do petróleo. Parente pediu autorização à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para que a empresa importe plataformas de produção do petróleo, ferindo a lei que estabelece um percentual mínimo de conteúdo nacional.
O fechamento dos estaleiros, as plataformas vindas do exterior e a volta do retrocesso neoliberal da dependência consentida e subordinada.
Por Roberto Moraes*
A partir dos anos 2000, a indústria de construção naval foi reerguida, tendo como principal demandante a área de petróleo e gás, por meio da Petrobras. Para recuperar o setor, que voltou a desempregar, é preciso defender a empresa e o desenvolvimento sustentável do país.
Por André Cardoso*, no Brasil Debate
A presidenta Dilma Rousseff reafirmou a defesa do modelo de partilha adotado para a extração e produção de petróleo e gás na área do pré-sal. Em uma clara resposta aos entreguistas tucanos, Dilma afirmou que o modelo é adequado para uma área que produz abundância de petróleo de alta qualidade. “A sociedade brasileira, o povo brasileiro tem direito a ter uma parte relativa à distribuição do petróleo, a parte do leão [a maior e melhor parte] fica com o povo e a sociedade brasileira”, destacou.
Depois de décadas de abandono, a Indústria Naval brasileira renasce como consequência de uma política de Estado implementada a partir de 2003. Com as necessidades provenientes da indústria de petróleo e gás e um mercado mundial cada vez mais aquecido, a indústria naval brasileira vem se estabelecendo e enfrentando dificuldades tecnológicas com determinação, demonstrando que o ressurgimento dela foi a opção acertada.