Na campanha presidencial de 2002, José Serra logo constatou que a imagem de herdeiro de FHC seria o caminho certo da derrota. Para reverter sua má posição nas sondagens de intenção de voto, ele apelou para o argumento do medo: se Lula vencer, voltará a hiperinflação e com ela o caos econômico e a desordem social.
Às vésperas de recente visita ao Brasil, Shimon Peres, presidente de Israel, declarou em entrevista para o Estado de São Paulo (7 nov.2009) que “o Irã é um problema do mundo, não apenas de Israel”. A frase é duplamente falaciosa. Quem deu ao senhor Peres autoridade para falar em nome do mundo?
Começo esta por onde terminei a anterior. A chuva, que continua implacável, cai sobre as plantações e as hortas, irrigando-as (um pouco demais), ou sobre as cidades impermeabilizadas, inundando-as. A chuva não sabe o que faz. Prefeitos e governadores deveriam saber.
No verão tropical chove muito. Kassab e Serra sabem disso tão bem quanto qualquer outro. Também sabem que numa megalópolis do tamanho de São Paulo, atravessada por rios que foram transformados em fétidos lixões flutuantes, quanto mais se impermeabiliza o solo, mais aumentam os riscos de enchente.
Dentre as muitas manifestações contra a extradição de Cesare Battisti, a mais notável, pela generosidade da iniciativa e pela nitidez da tomada de posição é a carta de Anita Leocádia Prestes ao presidente Lula, reproduzida no Vermelho de 17 de novembro.
Dentre os que bateram palmas à violação, pelo STF, do asilo concedido a Cesare Battisti por Tarso Genro, ministro da Justiça, são muitos os que enchem a boca para reverenciar o Estado de Direito da Itália. Antes de mais nada, lembremos que antes de Tarso Genro, o presidente François Mitterand, que também tinha critérios humanitários, havia concedido asilo político a Battisti na França.