Dentre os inúmeros méritos do The Intercept Brasil está o de ter contribuído, decisivamente, para publicizar o que todos já sabiam ou desconfiavam, mas, por razões distintas, não queriam admitir: Sergio Moro fez da cruzada contra a esquerda – e de Lula em particular – o trampolim para viabilizar seus objetivos estritamente pessoais, ou seja, integrar o governo Bolsonaro e, posteriormente, como o próprio presidente revelou, chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Até quando oh Catilina, abusarás de nossa paciência?… Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem?
As conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da lava-jato revelam mais do que um crime, que claramente eles cometeram. Revelam uma grande concertação da direita, de alcance estratégico, com o objetivo de golpear arranjos geopolíticos como os BRICS e, por decorrência, tentar destruir as potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que integram o bloco.
Nunca é demais relembrar o que a ciência nos ensina: quando não se reage ao arbítrio em algum momento todos nós seremos vítimas dele, inclusive os que eventualmente praticaram o arbítrio.
A ciência e a vida me ensinaram que não há obstáculo intransponível e tampouco adversário fácil de derrotar, o que nos obriga a não subestimar o oponente, mesmo diante de uma eventual fragilidade, como atualmente se encontra o governo Bolsonaro.
Decidi tratar desse tema ao constatar que a sociedade, de maneira geral, além de desconhecer como seu dinheiro é gasto pelo governo ainda tem uma visão completamente distorcida de quem são os maiores beneficiados do orçamento público.
O governo anuncia que a reforma da previdência vai lhe assegurar um caixa de mais de 01 trilhão de reais em 10 anos. Significa dizer que se o governo vai “economizar”, a população, especialmente a parcela de renda mais baixa, vai pagar essa fatura. Simples assim!
Ao se chegar na fronteira do Brasil com a Venezuela, mais precisamente em Pacaraima, tem-se a nítida impressão de se ter desembarcado numa zona de guerra. Ali, militares nervosos se misturam a refugiados e provocadores que fazem proselitismos a favor de Juan Guaidó, o fantoche do império americano, que se autoproclamou presidente da Venezuela sem ter obtido sequer um voto para essa função.
O caos na Venezuela interessa única e exclusivamente aos Estados Unidos da América, cujo objetivo é o mesmo de sempre: se apoderar dos recursos naturais alheios – no caso a maior reserva de petróleo do planeta – para ampliar a sua riqueza e seu arranjo geopolítico.
O que eu penso acerca da crise da Venezuela é que compete exclusivamente ao seu povo decidir o seu próprio destino, sem tutores e muito menos invasores de qualquer parte do mundo a lhes dizer ou tentar impor o que acham melhor para a Venezuela.
Uma análise superficial e apressada poderia concluir que o governo Bolsonaro ganhou a eleição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado da República. Não é verdade, como pode sugerir as aparências, pois é preciso ter presente que essência e aparência, embora interligadas, são categorias filosóficas distintas. E o fato concreto é o que o governo perdeu a eleição na Câmara – onde se viu obrigado a aderir – e ganhou no Senado.
A tragédia ambiental de Brumadinho (MG) revela que o Desenvolvimento Sustentável não é compatível com o modo de produção capitalista e desmoraliza a propalada “eficiência da iniciativa privada” e sua concepção produtivista de relação com a natureza.