Nesse dia 25 de março de 2014 o nosso partido completa 92 anos de vida. É a um só tempo o mais velho e mais novo partido político do Brasil.
Em 1818 o naturalista bávaro Karl Friedrich Philipp von Martius visitou o estado do Amazonas e, impactado com a selvageria e as guerras de extermínio imposta aos índios pelos colonizadores, fez um questionamento bastante incômodo: “Que meios estão ainda hoje à disposição do Estado, para melhorar a sorte dos desgraçados filhos de uma terra que, até aqui, em vez de benefícios só recebeu da Europa cristã, guerra e devastação?”
Não esperava terminar o ano de 2013 tratando de mais um conflito entre os deserdados da sociedade capitalista, no caso posseiros sem terra que foram levados de várias partes do Brasil para o sul do Amazonas e povos da etnia Tenharin que ali habitam há séculos.
A generosidade e o desprendimento do povo brasileiro, especialmente das camadas populares, é algo efetivamente incomum. Tudo indica que essa particularidade está associada aos nossos ancestrais, vulgarmente conhecidos como “índios”, para quem esses valores tinham caráter universal.
Muitas vezes a sociedade se questiona porque certas coisas acontecem sem que ninguém lhe dê uma explicação convincente, como é o caso da espionagem praticada pelo governo americano contra “aliados”, incluindo o Brasil, e outros nem tanto.
A cada véspera de eleição a cena se repete. Intensifica-se o chamado “troca, troca” de partidos, fenômeno pelo qual a fidelidade partidária, tão decantada por todos – pelo menos em tese – escorrega pelas fendas de um “novo” partido, que providencialmente surge para impedir que “os infiéis sejam castigados”.
Para os cristãos o perdão é o reconhecimento de um erro e a sua admissão pública representa, a um só tempo, a busca de sua paz interior e a possibilidade de ser novamente acatado pelo grupo social que integra, na presunção de que “errar é humano”.
A farsa das armas químicas que serviram de pretexto para os Estados Unidos invadirem o Iraque e destruir o país, ao qual prometiam democracia e paz, ainda é motivo de piada mundo afora e eles já se preparam para uma nova agressão, dessa feita contra a Síria.
Parece incrível que um governo que queira assegurar atendimento médico à população seja criticado tanto pela maioria dos médicos (em tese os principais interessados e beneficiados pela universalização do atendimento médico).
Milhares de pessoas foram às ruas do Brasil aparentemente sem uma causa específica, empunhando reivindicações das mais variadas ordens, que vão daquelas de natureza estritamente corporativas as de conteúdo moral difuso e algumas poucas – pouquíssimas – de natureza estrutural.
No artigo anterior resenhei as impressões de Frei Gaspar de Carvajal sobre a Amazônia. Prossigo, dentro da série “a Amazônia vista por estrangeiros”, registrando as impressões de Charles-Marie de La Condamine, expressas em Viagem na América Meridional descendo o rio das Amazonas, quando de sua expedição a partir de 1735.
“… disse ainda que entre essas mulheres há uma da qual as outras são súditas ficando sob sua jurisdição e que ela se chama CONHORI” (Carvajal sobre as lendárias amazonas).