Não se trata de um dilema shakespeariano de “acreditar ou não acreditar” na crise. Diante de um cenário de aumento da taxa de desemprego, aumento da inflação, queda da atividade econômica e a maior taxa real de juros do mundo, uma avaliação isenta não pode deixar de reconhecer o óbvio: há uma crise!
Todos os veículos de comunicação, mesmo a contragosto, tiveram que divulgar o novo salário mínimo de 880 reais. Foram obrigados, ainda, a registrar que nos governos Lula e Dilma, apenas no período de 2003 a 2015, o salário mínimo teve uma valorização real de 76%, o que se constitui num fato absolutamente inédito na história do Brasil.
Para um ano que “prometia não acabar”, 2015 até que acabou bem, especialmente para as forças progressistas desse país espetacular chamado Brasil.
Diante do retumbante fracasso dos atos golpistas liderados pela direita, neste último domingo, tudo o que as forças progressistas e os movimentos sociais jamais se poderão permitir é comemorar e baixar a guarda.
Ao longo da história os delatores sempre foram vistos como figuras que inspiram asco e repulsa, até mesmo naqueles que, momentaneamente, se aproveitam de seus “serviços”. Em períodos de guerra ou de exceção a punição para o delator é o fuzilamento sumario. E essa natural ressalva aos delatores tem base objetiva.
A classe dominante da sociedade capitalista, a burguesia, bem como as camadas médias que ilusoriamente aspiram à condição de burguesia – daí o termo sociológico de pequena burguesia que lhes emprestam – nunca teve respeito pela democracia. Recorrem a essa retórica, geralmente combinada com um falso moralismo repugnante, para ganhar simpatia popular e assim obter apoio para a suas teses reacionárias.
O objetivo básico da ciência e da tecnologia é superar os obstáculos sociais que nos é imposto, desenvolver mecanismos que possa utilizar os recursos naturais de forma sustentável e elevar o padrão de vida da população. No Brasil, compete ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) a coordenação e execução dessa política.
Nós podemos analisar as dificuldades conjunturais que o Brasil enfrenta pelo aspecto econômico, político, ou moral. E certamente cada analista atribuirá peso de acordo com os seus objetivos e interesses específicos, pois, como sugere Maiakovski, difícil não é a morte, mas a vida e seus ofícios.
As folhas caem para anunciar o início da primavera, não o fim das estações!
Como já demonstrei em artigos anteriores, a sociedade capitalista e sua classe dominante, a burguesia, se apropria do alheio recorrendo a 3 expedientes básicos: a mais-valia, as privatizações e a corrupção pura e simples.
A direita se apropria da coisa pública através da expropriação. O pensador francês Rousseau já dizia que "o verdadeiro fundador da sociedade civil foi aquele que cercou um terreno e gritou: esta terra é minha e encontrou incautos suficiente para acreditar".
Para os que ainda tinham alguma dúvida quanto ao caráter do estado burguês: reacionário, autoritário, corrupto, eivado de ódio de classe e de absoluto desprezo pela soberania nacional, as manifestações de domingo (15 de março) não deixaram qualquer dúvida quanto a essa assertiva.