Pela primeira vez, desde que os gregos imortalizaram os jogos olímpicos, as Olimpíadas são realizadas na América do Sul. E coube ao Brasil a responsabilidade de sedia-la. Passou com louvor e com a mesma desenvoltura com que realizou a Copa do Mundo.
Os grandes veículos de comunicação, instrumentos da classe dominante, não tem nenhum interesse em explicar como o golpista Temer gasta o dinheiro púbico. Preferem despistar e confundir a população
Após a escandalosa manipulação estatística da pesquisa do DataFolha, na qual a Folha de São Paulo se apoiou para divulgar que 50% dos brasileiros queriam a permanência de Michel Temer, o próprio jornal teve que reconhecer que os dados estavam maquiados.
Às vezes se ganha perdendo ou se perde ganhando. A eleição de Rodrigo Maia (DEM, RJ) para o “mandato tampão” da presidência da Câmara dos Deputados representa esse paradoxo em relação ao “governo” Michel Temer e, também, às forças progressistas.
Após 62 dias do início do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff o povo assiste entre perplexo e indignado a nação brasileira caminhar para um perigoso impasse, especialmente quando não restam mais dúvidas quanto ao caráter golpista desse processo.
Se o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff fosse minimamente sério, ele seria imediatamente suspenso quando as gravações de Sergio Machado e Romero Jucá (PMDB) vieram a público revelando os reais objetivos do golpe e agora quando a perícia do próprio senado atesta que a presidenta jamais fez pedalada, desmontando a tese central do pedido de impeachment.
A comissão de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff é, na prática, um tribunal de exceção, tal qual o tribunal da inquisição. Ali a fogueira era o destino certo dos que não cumpriam os mandamentos da então absoluta e poderosa “santa madre igreja católica”. Aqui, no tribunal de exceção do Senado, a cassação é o destino de quem ousa fazer políticas públicas para melhorar a vida do povo e fugir, mesmo que parcialmente, do manual de concentração de renda da classe dominante.
A queda do 3º “ministro” em um mês de “governo Temer”, sem mencionar o protegido de Eduardo Cunha que ele não teve peito para exonerar; o pedido de prisão de praticamente toda a cúpula do PMDB e as sessões no tribunal de exceção (comissão do impeachment), que a cada depoimento torna mais evidente que não há qualquer razão para o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, expõe o papel grotesco dos golpistas e passa a inequívoca sensação de que o “governo” acabou sem ter começado.
Temer prometeu aos demais conspiradores que lhes entregaria o paraíso tão logo iniciassem o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Alguns estão recebendo pelo menos parte das promessas, outros se veem às voltas com mandatos de prisão.
Como Temer é chegado a citações latinas vou lembrar-lhe que “res non verba”, ou seja, o que conta são fatos, não palavras. E até o presente os golpistas falam exatamente o que não fazem.
Com menos de 20 dias o “governo” Temer acabou. Tornou-se perigosamente velho, em decorrência de uma prática política retrógrada, beirando ao fascismo, agravada com a comprovação do que todos já sabiam: o que está em curso contra a presidenta Dilma Rousseff é um golpe. O impeachment é apenas o mecanismo formal.
Diante das barbaridades que os golpistas estão fazendo no Brasil, as Catilinárias de Cícero poderiam perfeitamente ser substituídas por Temerárias e sintetizadas numa única frase: “Michel ‘Ventríloquo’ Temer, quem tu pensas que engana”?