Uma visão aberta para a inventiva cinematográfica

A linguagem do cinema tem suas normas, mas artistas autênticos são renovadores. Conhecer a história é essencial, mas é preciso ter mente aberta para criar além das regras estabelecidas.

Foto: Getty Images

A linguagem da arte, de modo geral, e especificamente a linguagem do cinema, tem seus padrões, suas leis, suas regras. Mas todo autêntico artista é um renovador/inovador, pelo menos. Quando não seja revolucionário. Por isso não se pode querer encontrar nos filmes – em cada filme que seja uma obra de arte e não um simples produto industrial/comercial – submissão a tais ou quais normas estabelecidas pela História Cinematográfica…

Mas como em toda arte, é fundamental conhecer a História do Cinema. Saber que tal cineasta utilizou a “câmera na mão’, uma das marcas do cinema Novo. Ou saber que outro contou uma estória sem utilizar, nem uma vez, o recurso do “corte”. Que um cineasta prefere usar mais os “planos demorados, longos”. E outro sempre conta uma estória em ritmo mais ágil. Com “planos curtos”. É preciso saber que para captação da imagem temos que escolher o ângulo em que se vai colocara câmera. O plano a ser fixado. A forma como se vai iluminar tal cena. Mas tudo isso fica, ainda, no campo da técnica.

O fundamental – seja você alguém que está criando um filme ou seja um simples espectador da obra acabada e em projeção – é ter uma posição aberta. Procurar ver mais além do que a gramática estabeleceu. Conhecendo as regras e fugindo delas – quando elas nos atropelam, incomodam – é que podemos chegar à autêntica criação.

Jornal do Commercio, Recife, 17.10.1966

Do livro Cinema Brasileiro (Volume I)

Série em torno do trabalho

O título da série norte-americana é justamente “Trabalho”, e está em exibição na Netflix. Na verdade, sua linguagem é simplória, mas apresenta a relação entre alguns trabalhadores e a estrutura social em que vivem. Claro que não procuram discutir a mais-valia. O foco fundamental de busca dessa série são as questões que estão surgindo, sem dúvida, com o novo arcabouço social em função da nova tecnologia dentro da internet. A cada dia surgem formas novas, mesmo com tecnologia já conhecida. A direção de “Trabalho” é da cineasta Caroline Suh, e na etapa atual temos quatro episódios. Interessante é que a Netflix está colocando a narrativa em seis idiomas diversos, além do inglês, e isso é bom para quem não gosta de usar legenda.

Olinda, 12.6.23

Os livros e o grande editor

Na sexta-feira, Mario Sérgio Conti no programa Diálogos da GloboNews entrevistou o maior editor de livros do Brasil Luiz Schwartz, que é dono da Companhia das Letras. Eu pensei que poderia ser uma grande entrevista de Mario, como foi a entrevista com Gilberto Gil. Ledo engano meu. Pois no caso de Gil não havia todos os interesses em jogo. Mario não tinha nada a receber de um músico. E por isso a entrevista foi excelente, com perguntas fulminantes que o grande Gil tirou de letra.

Mas no caso do grande editor, Mario não poderia fazer as perguntas de quem gosta de livros gostaria de fazer. E assim fez as perguntas que o Editor queria que fossem feitas. Claro que foram perguntas interessantes, pois Luiz Schwartz é uma das grandes figuras dessa nossa terra. Então ele falou sobre a sua autobiografia. Mas falou muito mais sobre depressão, e assim seria uma maravilhosa entrevista para um público psicologia. E já no final, falou sobre algo conhecido como o mal que o governo anterior fez sem muitas delongas.

O importante me parece seria ouvir Luiz sobre o Livro hoje e suas versões em papel e em e-book. O Editor tem condições para falar muito sobre esse quesito que me parece fundamental hoje no mundo.

Digo só que sou um leitor inveterado do e-book, enquanto meu neto Victor Mendes só gosta de ler no livro tradicional em papel.

Olinda, 10.6.23

A malha sôfrega do mundo

Como é possível viver nesse tempo cretino

Como se todos os tempos não fossem,

Exclama e responde Alberto Lins Caldas

E eu me sinto afogado nesse dilema

E ainda por cima tem a filosofia

Contada pelo professor Vitor Lima

Não será o mundo que é cretino

E sim essa ínfima parte dos humanos

Claro que deus existe mas não

Os deuses que estão nas religiões

E assim o Deus que é maior

Explicando e deixando sofrer

Maria Nossa Senhora das Graças

Olinda, 04.06.23

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor