BNDES lucrou e gerou empregos no país com obras de engenharia no exterior

O banco fez desembolsos nas transações de US$ 10,5 bilhões e recebeu de volta US$ 12,7 bilhões. Lucro de US$ 2,2 bilhões ou R$ 11 bilhões

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No último debate presidencial realizado na TV Bandeirantes, Bolsonaro questionou Lula sobre os empréstimos feitos no seu governo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de engenharia no exterior. O presidente mal informado criticou os investimentos que garantiram lucro ao banco de US$ 2,2 bilhões ou mais de R$ 11 bilhões, conforme divulgou o jornalista Daniel Rittner, do Valor.

Bolsonaro deu ênfase ao assunto com informações distorcidas e deve explorar o tema novamente no debate desta sexta-feira (28) na TV Globo.

Com base nas informações do próprio banco em valores atuais, o BNDES fez desembolsos nas transações de US$ 10,5 bilhões e recebeu de volta US$ 12,7 bilhões. “Primeira lição: o banco não perdeu, mas ganhou dinheiro, com o financiamento para países da América Latina e da África. Não são dados da Fundação Perseu Abramo ou do Dieese. Estão no site do BNDES”, diz o jornalista.

Além do lucro, o BNDES também permitiu geração de empregos e divisas ao país. Para que os recursos fossem liberados eram exigidos que bens nacionais também fossem exportados.

“Geralmente, 60% a 70% do valor dos contratos. Isso movimentava a indústria. Nos canteiros de uma hidrelétrica ou uma rodovia, encontrava-se todo tipo de produto ‘made in Brazil’. Caminhões e cimento. Botas e uniformes trocados a cada três meses. Carne e frango no refeitório dos trabalhadores”.

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Maia de 2 mil empresas brasileiras, 76% pequenas e médias, faziam parte da rede de fornecedores. De acordo com mo jonralista, cooperativas nos morros cariocas, que integravam essa rede com confecções, a uma companhia europeia como a Faveiley Transport, que elevou sua produção de portas para plataformas no Brasil, com o objetivo de ser incluída na lista de fornecedores para obras de metrôs, atendendo à exigência de conteúdo do BNDES.

Fake news

O ex-presidente Lula trata as bravatas de Bolsonaro sobre o BNDES como fake news. O banco não financiava obras em países estrangeiros, mas sim a exportação de bens e serviços brasileiros, o que incluía, também, obras de engenharia no exterior, além de investir em empresas brasileiras, situadas no Brasil e gerando empregos aqui, no próprio país, possibilitando a exportação seus produtos.

Nos governos Lula, entre 2002 e 2010, o lucro do banco aumentou quase 18 vezes: passou de R$ 560 milhões para R$ 9,9 bilhões, incluindo o período da crise mundial de 2008. Nesse período, o banco triplicou sua participação, facilitando a presença de empresas brasileiras no exterior e estimulando a geração de emprego, que foram mais de 10 milhões.

A campanha de Lula diz que a fake news é fácil de ser desmontada por dois motivos: “O BNDES estimulou o desenvolvimento de empresas em 96% dos municípios brasileiros; cobriu apenas empregos no Brasil e bens nacionais; liberou financiamento ao exportador apenas em reais e no Brasil; e o principal mercado dessas exportações financiadas pelo banco foram os Estados Unidos, e não Cuba, Angola ou Venezuela”.

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