Vacinação, Auxílio Emergencial, reformas para lutar pela vida
É condição “sine qua non” preparar o país para manter sua economia aquecida, juros baixos, inflação controlada e reformas pactuadas que dialoguem com o interesse da maioria do povo brasileiro.
Publicado 08/01/2021 16:53 | Editado 08/01/2021 16:55
Epidemiologistas calculam que o Brasil chegará à imunidade de rebanho (70% da população imunizada) no quarto trimestre de 2021, se tivermos um plano de vacinação contra a Covid-19. Mas para reduzir as incertezas socioeconômicas, provocadas pela pandemia, além da vacina,seriam necessárias a prorrogação do auxílio emergencial e uma estratégia para estabilização fiscal.
A economia mundial aponta para forte liquidez no mercado, pela ação dos Bancos Centrais: FED, Europeu e Japonês e pelo menor risco geopolítico (derrota de Trump). E os mercados emergentes passam a ser os mais procurados para novos investimentos. O Brasil tem fortes fatores de atração: ativos baratos e incluídos no ciclo global de crescimento – Commodities e espaço para novos investimentos, pois a presença de estrangeiros detentores da dívida brasileira que atingiu o ápice em 2014 (20%), em 2020 foi de 10%. Então, cabe ao governo aproveitar e tomar medidas correlatas que fortaleçam a economia.
Tivemos inflação de 4,4%; PIB (- 4,5%); dívida bruta 96% do PIB. Segundo o IBGE 14,3% de desempregados, mas há o ‘desemprego oculto’ que amplia taxa para 25%. Para o Banco Mundial o Brasil deve crescer 3% este ano, mas a previsão da economia global é de 5,5%. Nos últimos dez anos, o Brasil cresceu em média 2,2%, o resto do mundo 30%, segundo o jornal Valor Econômico.
Somando-se 24 milhões de brasileiros sem auxilio emergencial e Bolsa Família, em 2021, com 20 milhões de trabalhadores que estavam com salário reduzido retornando ao regime normal, mas com estabilidade limitada, se não houver desaceleração da Covid-19, teremos um cenário alarmante no país.
Os Estados Unidos, além das vacinas, encaminharam um novo pacote de ajuda a microempresas e desempregados de U$ 900 bi (R$ 4,6 trilhões). Já no Brasil, o fim o auxílio preocupa o beneficiário e freima o comércio, projetando outros milhões para abaixo da linha da pobreza, como prevê a FGV. Portanto é condição “sine qua non” preparar o país para manter sua economia aquecida, juros baixos, inflação controlada e reformas pactuadas que dialoguem com o interesse da maioria do povo brasileiro.
Afinal, desde 2016 fomos submetidos a três reformas: previdência, trabalhista e teto dos gastos. Vendidas como amargas, mas que nos trariam renda e crescimento econômico. Além de não ocorrer, na disputa pelo Orçamento, constata-se que os investimentos encolheram, enquanto os benefícios fiscais (isenções e incentivos) para setores empresariais privilegiados crescerem. Segundo o Valor, em 2007, R$ 100 bi; em 2020, R$ 320 bilhões. Devemos assim continuar ou investir em infraestrutura, apoiar as microempresas e auxiliar os vulneráveis?
O país não está quebrado, precisamos é de um governante que seja capaz, sensato e que faça as escolhas certas.