Temer cria escala e diz que só afasta quem virar réu na Lava Jato
Com o desgaste da indicação de seu ministro, o tucano Alexandre de Moraes, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), e a nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o ilegítimo Michel Temer (PMDB) tenta se distancia distanciar da escancarada operação "estancar Lava Jato" montando uma estratégia para inglês ver.
Publicado 13/02/2017 14:18
Em pronunciamento à imprensa nesta segunda-feira (13), Temer disse que que vai afastar do governo qualquer ministro que for denunciado na Operação Lava Jato. No entanto, estabeleceu uma escala para as denúncias: o afastamento será provisório se o ministro for denunciado; e definitivamente afastado se, após a fase de denúncia, o ministro virar réu. A pergunta que fica é: o que vai acontecer se Temer for denunciado?
"Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas eventualmente que possam conduzir a seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia e aí sim a pessoa, no caso o ministro, se transforme em réu – estou mencionando os casos da Lava Jato -, se transformando em réu, o afastamento é definitivo", afirmou Temer, que reformou que o afastamento será definitivo independe de haver ou não condenação na Justiça.
No pronunciamento de cerca de 8 minutos, Temer aproveitou para dizer que seu governo não tem intenção de interferir na Lava Jato.
"Quero anunciar em caráter definitivo e talvez pela enésima vez que o governo jamais poderá interferir nessa matéria, que corre por conta da Polícia Federal inauguralmente, do Ministério Público e do Judiciário", afirmou Temer.
A fala de Temer contradiz o que disse o seu aliado e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que em gravação feita por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, afirmou o o impeachment da presidenta Dilma Rousseff tinha como propósito levar Temer ao poder e estancar a Lava Jato. Na semana passada, com base nas gravações feitas por Machado, o Supremo decidiu abrir inquérito para investigar o próprio Machado, Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney.
"O governo não quer blindar ninguém e não vai blindar", disse Temer no pronunciamento. "Apenas não pode aceitar que a simples menção inauguradora de um inquérito para depois inaugurar uma denúncia depois inaugurar um processo já seja de molde a incriminá-lo em definitivo e em consequência afastar o eventual ministro", completou.