Senado consuma o golpe, a luta continua
Encerrada a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Por 61 votos a 20, o Brasil vive mais um golpe de destituição da presidenta eleita pelo voto popular. O Senado decidiu que ela perde o mandato, porém não cassou seus direitos políticos. Defensores da presidenta Dilma reafirmaram o caráter golpista de seu afastamento.
Publicado 31/08/2016 13:58
A votação, que consistiria numa única pergunta aos senadores, foi dividida em duas questões. Na primeira, os senadores foram indagados se Dilma cometeu esses crimes. Por 61 votos a 20, eles responderam sim. Na segunda votação, não foi aprovada a inabilitação de Dilma por oito anos para o exercício de função pública.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a decisão foi política e representa um “golpe contra o povo brasileiro”. A senadora acrescentou ainda que a “luta continua, fora Temer”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou preocupação de o país viver um período de insegurança, que não será superada por um governo que não tem a legitimidade do voto. Para ele, “o Senado entra para as páginas mais tristes da História. A presidenta Dilma foi cassada. Lutamos como pudemos para evitar que essa aberração prosperasse. Mas venceu o fisiologismo, o acordão, o baixo nível político, o golpe”.
Lindbergh Farias (PT-RJ) promete fazer "oposição implacável" e considera o governo Temer ilegítimo. "Nós não reconhecemos Michel Temer como presidente legítimo", disse. "Será uma oposição implacável", afirmou Lindbergh.