Eleições 2006: A união dos centro-esquerda
O primeiro passo para uma aliança de centro-esquerda no Distrito Federal foi dado no último dia 26 de abril. Reunião com representantes do PDT, PCdoB e PP, em Taguatinga, mostrou que os partidos devem estar juntos nas eleições
Publicado 02/05/2006 11:52 | Editado 04/03/2020 16:42
"Temos objetivos em comum, queremos as mesmas coisas para Brasília", disse Apolinário.
Mesmo assim, os dirigentes partidários estão confiantes. "Nós vamos marchar juntos no Distrito Federal", confirmou Cristovam.
Cenário nacional
A confirmação da frente política vai exigir uma boa dose de negociação entre os três partidos. Na terça-feira (25), Ezequiel Nascimento descartava qualquer possibilidade do PDT abrir mão da candidatura ao GDF. Ontem, entretanto, ele mudou o discurso, afirmando que a sigla vai esperar a definição do cenário nacional.
Depois de formalizada a união, será a hora de buscar apoio em outras legendas, especialmente as pequenas. "Vamos conversar com PL, PSB e PHS", contou Ezequiel. Os próximos da fila nas conversas serão PV e PPS. Para Cristovam, a aliança que se alinha não foi "inventada". "Foi com o apoio do Benedito que eu me elegi senador em 2002. Inventada foi a regra da verticalização."
Segundo o presidente do PDT-DF, essa é a primeira de uma série de reuniões que as três siglas devem fazer nas próximas semanas. Ficou definido que em 15 dias um seminário será organizado no Plano Piloto para definir o que Benedito Domingos chamou de "projeto alternativo para Brasília". "O continuísmo não é bom. Queremos saber quais são os interesses do Distrito Federal", explicou.
Dos três partidos, o que tem situação mais confortável é justamente o PP. Já que a orientação da cúpula nacional é de não lançar candidato à Presidência, a sigla fica à vontade para escolher quem apóia nos estados.
Cabeça de chapa
Ao final do encontro, ficou claro que uma coligação de partidos de centro-esquerda com a presença do PT está cada vez mais distante. Na reunião foi confirmado que a única maneira de coligação no Distrito Federal é da deputada distrital Arlete Sampaio abandonar sua pré-candidatura ao GDF. "Gostaríamos que o PT estivesse com a gente, mas sem a cabeça de chapa", disse Cristovam.
"Eu tentei fazer com que Benedito estivesse no governo por forma de reconhecimento do que ele fez no DF por Lula. Infelizmente ele não foi reconhecido pelo PT", disse Cristovam.
Fonte: Correio Braziliense