O 1º de Maio começa no Oriente
Devido às diferenças de fusos horários, as manifestações deste 1º de Maio no Oriente já se concluiram. Veja imagens e informações sobre algumas das jornadas do Dia Internacional de Solidariedade dos Tra
Publicado 01/05/2006 12:43
Em Auckland, Nova Zelândia, uma passeata de estudantes e outra de trabalhadores se reuniram na Praça Queen Elizabeth, de onde os manifestantes seguiram pela Queen Street.
Na Austrália o Dia dos Trabalhadores foi marcado pelos protestos contra as Leis de Relações Industriais (IR na sigla em inglês) imposta pelo governo conservador. Em Queensland, o Conselho dos Sindicatos reuniu cerca de 20 mil pessoas. Em Brisbane, o líder sindical Kim Beazley comemorou o comparecimento: “As pessoas andam preocupadas com seus empregos e temos uma grande manifestação, que manda um recado claro para Howard”, disse ele, referindo-se ao primeiro ministro conservador, John Howard.
No Japão, mais de 300 mil pessoas denunciaram a política liberal do primeiro-ministro Junichiro Koizumi. “A expansão das disparidades imobilkiza a população pobre”, denunciou Tsuyoshi Takagi, líder da Rengo, a Confederação Japonesa de Sindicatos. Como o 1º de Maio não é feriado, as manifestações ocorreram no sábado.
Na Coréia do Sul, uma impressionante multidão esteve na manifestação, que transcorreu em calma, com música e danças. Os manifestantes denunciaram as jornadas de trabalho, que chegam a 12 horas diárias, assim como uma lei que suprime o seguro desemprego.
Na China, o tradicional feriadão de 1º de Maio – de uma semana – está ameaçado pelo mau tempo. Tempestades de areia e poeira castigaram o norte do país, enquanto no sul as chuvas ameaçam uma cheia do Rio Iangtsé. Em Taipé, Taiwan, centenas de manifestantes usando bandanas amarelas denunciaram sua demissão de uma empresa americana.
Na Tailândia, milhares de trabalhadores desfilaram até à sede do governo em Bangcoc. Eles exigiram um aumento de 25% no salário mínimo.
Na Indonésia, palavra-de-ordem foi a luta “contra toda flexibilização”, pressionando contra planos governamentais de reforma trabalhista confiscando direitos. Várias dezenas de milhares de pessoas reuniram- se nas principais cidades do arquipélago. Na capital, Jacarta, a manifestação teve 100 mil participantes e foi vigiada por 21 mil policiais.
Nas Filipinas, 10 mil pessoas, segundo a agência Reuters (8 mil para a polícia) reuniram-se em Manila e pediram a derrubada da presidente Gloria Arroyo. A já fraca popularidade da presidente filipina caiu ainda mais em fevereiro último quando esta decidiu decretar o estado de emergência. Gloria permaneceu no palácio presidencial, defendido por barreiras de arame farpado.
No Nepal, manifestantes voltaram hoje a encher as ruas de Katmandu, depois de três semanas de protestos que frustraram um golpe absolutista do rei Gyanendra. Desta vez eles reclamaram a abolição das leis antitrabalhistas impostas pelo monarca. A Assembléia Constituinte, aprovada no domingo, deve examinar além da democratização também o quadro social do país, um dos mais atrasados do mundo.
Em Daca, Bangladesh, milhares de manifestantes tomaram as ruas. Eles reivindicam aumento salarial, melhores condições de trabalho e a derrubada das barreiras alfandegárias dos países ricos. “Chega de mortes nas fábricas”, dizia um cartaz denunciando as condições de trabalho.
No Sri Lanca, os partidos políticos de esquerda, que tradicionalmente reúnem dezenas de milhares de simpatizantes no 1º de Maio, cancelaram o ato de hoje. Na véspera, uma bomba no nordeste da ilha resultou em, cinco mortos.
No Paquistão os manifestantes exigiram um salário mínimo de pelo pemos 7 mil rúpias e acusaram os salários do país de estarem entre os mais baixos do mundo. A maior manifestação, em Lahore, foi convocada pela Confederação dos Trabalhadores Paquistaneses, a Federação de Sindicatos de todo o Paquistão e a Organização da Mulher Trabalhadora.
Em Teerã, Irã, o 1º de Maio deste ano foi um protesto diante da embaixada dos EUA, concentrado na situação criada pela crise nuclear. “Se formos atacados, vamos combater. Cada iraniano é uma bomba atômica. Não nos deixamos amedrontar pelos Estados Unidos, por Israel ou pelos países europeus”, disse um dos oradores, para milhares de trabalhadores.
No Iraque, há quatro anos sob ocupação norte-americana, a guerra impediu qualquer manifestação. Foi uma 1º de Maio bem diverso daquele de 2003, quando forças pró-ocupação convocaram passeatas. O presidente Jalal Talabani fez um pronunciamento pela TV, falando em “um novo Iraque”.
Na Turquia os trabalhadores forfam duramente reprimidos pela polícia. Em Istanbul, a tropa de choque empregou cassetetes e bombas de gás. Duas dezenas de manifestantes foram presos.
Na Rússia, como em outros países, ocorreram manifestações concorrentes, em Moscou. A oficialista deu apoio ao presidente Vladimir Putin. A de protesto, com muitas bandeiras vermelhas do Partido Comunista da Federação Russa, pediu a demissão de Putin e denunciou a reunião de cúpula do G-8, marcada para julho em São Petesburgo.
Em Varsóvia, Polônia, a passeata convocada por olrganizações de esquerda protestou contra o desemprego e “a arrogância da direita no poder”. Cercados por um impressionante dispositivo policial, os manifestantes levavam cartazes com dizeres como “Fora com o desemprego”, “O governo é incapaze “Queremos uma Europa social”.
Com agências