Desemprego bate novo recorde e já atinge 13,7 milhões
Deputados cobram ação do governo e condenam fim do auxílio emergencial.
Publicado 01/12/2020 20:42 | Editado 02/12/2020 01:42
O Brasil registrou novo recorde de desemprego durante a pandemia. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (1º) revelam que de maio a outubro, o Brasil viu o número de desempregados aumentar em 3,6 milhões, uma alta de 35,9% no período.
Segundo o levantamento, o Brasil encerrou o décimo mês do ano com um contingente de 13,7 milhões de desempregados. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 14,1%, a maior da série.
O IBGE destacou que a taxa de desemprego em outubro cresceu, na comparação com maio, nas regiões Norte e Nordeste, manteve-se inalterada no Sudeste e Centro-Oeste, e caiu no Sul.
A análise aponta ainda que mulheres, negros e jovens são os mais afetados. A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 17,1%, enquanto a dos homens foi de 11,7%. Já entre as pessoas de cor preta ou parda, a taxa é de 16,2%, enquanto o desemprego entre brancos ficou em 11,5% – o segundo mês seguido em que a taxa para brancos ficou inalterada, enquanto entre pretos e pardos registrou aumento de 0,1 ponto percentual na passagem de setembro para outubro. Entre os jovens, a taxa de desocupação é de 23,7% para aqueles de 14 a 29 anos de idade.
Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) é “urgente e necessária” uma ação do governo para estimular a geração de emprego e renda, especialmente voltada para o público mais afetado. “É o que Bolsonaro deveria fazer como presidente da República, mas ele não se preocupa com o povo”, criticou.
Apesar dos dados, o governo Bolsonaro ainda não estabeleceu qualquer medida de continuidade do auxílio emergencial para 2021. “Encerramos o décimo mês do ano com mais de 13,7 milhões de desempregados. Mesmo assim, Bolsonaro está prestes a acabar com o auxílio emergencial. É muita crueldade!”, afirmou a vice-líder da Minoria, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), lembrando que o benefício, que foi reduzido pelo governo federal para R$ 300, só será pago até este mês.
O levantamento foi feito por meio da Pnad Covid-19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.
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