Em mais uma canetada contra o Brasil, Temer extingue Fundo Soberano
Marco do excedente de riqueza produzido nos anos de crescimento econômico recorde dos governos Lula, o Fundo Soberano do Brasil (FSB) foi extinto por Michel Temer nesta segunda (21) por meio de Medida Provisória (MP), que está publicada na edição desta terça (22) do Diário Oficial.
Publicado 22/05/2018 16:01
O FSB começou com sobras do superávit primário equivalentes a 0,5% do Produto Interno Bruto. Na ocasião em que foi criado, o governo aplicou R$ 14,25 bilhões. Em dezembro de 2009, a valorização era de R$ 1,9 bilhão atingindo R$ 16,1 bilhões, aplicados em papéis do Tesouro.
O fim de mais essa iniciativa, que já chegou a ter o saldo de R$ 19 bilhões de reais, tem como foco dar seguimento política de desmonte e entrega dos recursos nacionais encabeçado por Temer e sua equipe econômica. Na prática, essa a canetada de ontem, mais uma contra o Brasil, só oficializou o que já vinha sendo coordenado pela dupla entreguista Temer e Henrique Meirelles.
Há um ano – maio de 2017 – o ministro da Fazenda, nome cotado para concorrer às eleições para presidente deste ano pelo MDB (antigo PMDB), anunciou a venda de ativos do FSB, especificamente ações do Banco do Brasil compradas pelo Tesouro em 2010 e que integravam o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), totalizando cerca R$ 3,631 bilhões.
Um Brasil que possuía caixa
Criado em 2008, logo após o anúncio do programa de exploração do pré-sal, o Fundo Soberano seguia os mesmos objetivos dos fundos soberanos de outros países: de ser um instrumento financeiro montado para combater os efeitos de eventuais crises econômicas e ajudar em projetos estratégicos do País.
No caso da Noruega, por exemplo, a "poupança" soberana inicialmente alimentada por recursos de gás e petróleo hoje garante a aposentadoria das gerações futuras. No final de 2016, o fundo nórdico, criado nos anos 1990, alcançou 1 trilhão de dólares (o equivalente ao PIB do México), tornando-se o maior fundo de investimentos do mundo.