Parlamento argentino tenta barrar aumento abusivo de tarifas públicas
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta quarta-feira (9) um projeto que busca frear o aumento nas tarifas de serviços públicos como gás e eletricidade. A aprovação representa uma derrota do governo do presidente Mauricio Macri, que promove reajustes nas taxas desde que assumiu o cargo, há quase dois anos e meio.
Publicado 11/05/2018 11:57
A medida, aprovada por 133 votos a favor, 94 contra e 3 abstenções, propõe retroceder as tarifas ao valor que elas tinham no final de 2017. Agora, o projeto terá que passar pelo Senado e, sendo aprovado, precisará passar pela aprovação do presidente.
O governo Macri definiu o projeto como “demagogo” e “irresponsável” por conta do enorme custo fiscal que poderia ter. Desta forma, segundo diversos membros do governo, caso a medida seja aprovada no Senado, deverá ser barrada por Macri.
“Não vamos fixar ou congelar as tarifas, não será para sempre, é um regime claro de emergência para os próximos 18 ou 20 meses”, afirmou o deputado Javier David, do Bloco Justicialista. Segundo ele, o Executivo do país não soube estabelecer “um sistema justo e equitativo”.
Desde que assumiu a presidência, Macri insistiu em afirmar que, durante os governos de Nestor e Cristina Kirchner, o congelamento fez com que as tarifas ficassem desatualizadas frente ao aumento da inflação. Isso, segundo ele, teria causado uma onda de desinvestimento no setor energético.
Durante seu governo, Macri aprovou diversos aumentos nas faturas de gás, luz e água, além de também fazer reajustes nas tarifas de transporte público e combustíveis.
A inflação argentina passou a ser pressionada pela crise cambial que o país enfrenta. Para conter a desvalorização do peso frente ao dólar, Macri anunciou que negocia um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que pode chegar a U$ 30 bilhões.