Terceirização na USP leva a precarização e segregação de trabalhadores
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP), a terceirização que se expande na USP avançou ainda mais. Agora ela atinge também o setor de louça do restaurante universitário central que passou a ter trabalhadores terceirizados. O resultado dessa mudança é: jornadas extenuantes, segregação, assédio moral e precarização.
Publicado 03/04/2018 13:01
O Sindicato dos Trabalhadores da USP denuncia a precarização de trabalho no Restaurante Universítário da USP, mais especificamente no setor de louças.
A pouco menos de um mês, no dia 8 de março, a reitoria da USP, sob comando de Vahan Agopyan, terceirizou a sala de louça do bandejão central.
Segundo o sindicato, os trabalhadores terceirizados são impedidos de comerem dentro do próprio restaurante onde trabalham e também são proibidos de usar o vestiário e as dependências do restaurante como qualquer outro funcionário.
Além disso, os terceirizados não podem se locomover usando os ônibus circulares da USP (em que todos os estudantes, funcionários e professores da USP usam gratuitamente) pois não têm acesso ao cartão de transporte BUSP.
"Esta situação provou uma enorme indignação entre os trabalhadores efetivos do bandejão que imediatamente tem demonstrado das mais variadas formas a sua solidariedade aos trabalhadores terceirizados. Esta situação já seria indignante em qualquer lugar mas se torna ainda mais terrível ao saber que em uma cozinha industrial que produz 7 mil refeições diárias e em que toneladas de comida são jogadas no lixo ou doadas a reitoria e a administração da Superintendência de “Assistência Social” da USP, não se podem servir 7 pratos de comida para os trabalhadores terceirizados", aponta a nota divulgada pelo Sindicato.
A nota ainda diz que "o trabalho, que já era extenuante, que seria realizado por 14 pessoas, está sendo feito por apenas 7 funcionários, escancarando a face da terceirização que é superexplorar os trabalhadores para aumentar os lucros dos empresários. Atualmente, a ampla maioria dos trabalhadores efetivos já sofrem com doenças ocupacionais dada a sobrecarga de trabalho".
A partir das denúncias recebidas sobre a situação dos trabalhadores terceirizados no restaurante central o Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), organizou um abaixo assinado, que deve circular em todas as unidades, exigindo:
1) condições dignas de trabalho para os trabalhadores terceirizados;
2) pelo direito de que possam se alimentar nos próprios restaurantes assim como os trabalhadores efetivos e usar os vestiários e dependências dos restaurantes da USP;
3) Direito ao cartão BUSP para que possam se locomover dentro da universidade como os demais estudantes, professores e trabalhadores efetivos;
4) Nenhuma punição aos trabalhadores terceirizados.
A situação absurda a que estão submetidos os trabalhadores terceirizados no bandejão central é a mostra viva do que significa a terceirização e a sede de lucro capitalista. Por isso precisamos levantar com força a luta contra a terceirização, em defesa dos trabalhadores terceirizados e exigindo igual direito e igual salário aos trabalhadores terceirizados imediatamente, e levantando também a necessidade de efetivação de todos os trabalhadores terceirizados, sem a necessidade de concurso.
Veja abaixo a nota completa: