Em desespero, Aloysio Nunes faz apelo à base aliada para salvar Temer
Enquanto o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), afirma que o desembarque do governo de Michel Temer está mais próximo,outro líder da cúpula, o ministro Aloysio Nunes (SP), das Relações Exteriores, fez um apelo a base aliada para que “meditem” antes de decidir votar a favor da aceitação da denúncia contra Temer que está na Câmara dos Deputados.
Publicado 06/07/2017 16:33
O vídeo é uma demonstração cabal do enfraquecimento da base de Temer, já que Aloysio direcionou a mensagem a toda a base aliada e não somente aos tucanos. Desde a apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República por crime de corrupção passiva, Temer tenta recompor a base aliada prometendo o mundo em troca de votos que consigam barrar a denúncia na Câmara.
“Quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo Michel Temer (PMDB)”, disse Aloysio, em 2014, logo após a derrota da chapa em que concorreu como vice de Aécio Neves (MG). Posteriormente, o então senador foi um dos mais entusiastas defensores do impeachment e, agora, afirma que os aliados devem analisar a denúncia, pois um presidente não pode ser afastando sem provas.
“Você verá que não há dúvida nenhuma de que esta acusação formulada pelo dr. Janot é absolutamente vazia de qualquer conteúdo de prova”, afirma o tucano.
As contradições do discurso de Aloysio não param por ai. Ele diz que é preciso pensar no país, pois o afastamento de Temer levaria o Brasil a uma instabilidade política e econômica.
“A quem interessa o tumulto? A volta da instabilidade? À oposição seguramente”, acusa Aloysio, que não se ateve a tais preceitos constitucionais quando atuou pelo afastamento de Dilma, sem provas ou crime de responsabilidade, para levar Temer ao poder.
“Não de trata de um voto contra ou a favor do presidente Temer. Trata-se de avaliar, com isenção do ponto de vista jurídico e constitucional uma acusação absolutamente falha, que levará ao afastamento temporário do presidente da República e colocará o país em uma instabilidade ainda maior, com consequências trágicas”, ameaça o tucano, que indaga se vale a pena “jogar o país em um vulcão” com base no que classifica de "denúncia frágil”.
Ao final do vídeo, o tucano admite que a sua defesa ao governo Temer está baseada no acordo estabelecido antes do golpe e tem por objetivo a agenda de reformas, como a trabalhista e a previdenciária.
A disputa interna dentro do PSDB é essa. Enquanto uns defendem que é possível se manter ao lado de Temer para aprovar as reformas, que são os reais objetivos dos tucanos. Outros querem largar o cadáver em praça pública, pois o peso já interfere na corrida para 2018.