#ForaTemer e a retomada da Democracia levam 30 mil às ruas em Natal
Com a marca da diversificada expressão crítica do povo brasileiro, mais de 30 mil pessoas fizeram ecoar nas ruas de Natal o uníssono grito de #ForaTemer. O ato foi convocado de forma unitária pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo contra o golpe, em defesa da retomada da Democracia e por nenhum direito a menos. O evento teve concentração em frente ao IFRN da Salgado Filho, de onde saiu em caminhada por 3 km até a Praça da Árvore de Mirassol.
Publicado 10/06/2016 23:24 | Editado 04/03/2020 17:06
Durante todo o percurso, a manifestação aconteceu em clima tranquilo, e não foram registrados incidentes. As palavras de ordem, faixas, cartazes e artes reforçaram que não há saída fora da Democracia, pediram a saída do governo ilegítimo de Michel Temer e defenderam a Petrobrás, o Pré-Sal e a volta do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Com a presença de trabalhadores do campo e da cidade, professores, estudantes, petroleiros, médicos progressistas, juristas, lideranças dos movimentos sociais, sindicais, de mulheres e da juventude, a expressiva e representativa manifestação foi uma demonstração de que a sociedade não aceita os retrocessos que estão sendo colocados em prática pelo governo golpista.
A avaliação é do vereador George Câmara (PCdoB). Para ele, a realização das mais diversas mobilizações em todo o país representa o crescimento da insatisfação do povo contra o golpe. “Fica muito claro que a classe trabalhadora tem a dimensão do que está em risco no país e não vai aceitar o golpe que está sendo arquitetado por segmentos políticos, empresariais e midiáticos".
A grande mídia, especialmente a rede Globo, foi uma vez mais rechaçada aos motes de “O Povo não é bobo, abaixo a rede Globo” e “A Verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura”, e acusada de alardear a falsa análise de que a deposição da presidenta Dilma, via um golpe de Estado, reconduziria o país à normalidade e à retomada do crescimento econômico.
Na avaliação dos presidentes estaduais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Moacir Soares e Eliane Bandeira, respectivamente, a participação da população demonstra que a sociedade compreendeu que o está em jogo é muito mais que apenas a defesa do governo da presidenta Dilma Rousseff.
Nivaldo Santana, vice-presidente nacional da CTB, destacou o caráter das manifestações, que envolve, trabalhadores, entidades e outros setores da sociedade que, mesmo não apoiando o governo da presidente Dilma, não se conformam com o golpe e afirmou que “a expectativa é de que esta jornada de lutas repercuta no futuro imediato do país. A nossa grande bandeira é a luta contra o golpe e pela volta da Democracia”.
Defendeu, ainda, “a convocação de um plebiscito pela antecipação das eleições presidenciais como uma forma concreta de dar perspectiva vitoriosa para o nosso movimento”.
A senadora Fátima Bezerra (PT), presente ao ato, avaliou que somente com as mobilizações populares nas ruas será possível reverter o golpe, cuja votação final está prevista para acontecer em agosto no Senado.
“Vamos intensificar as mobilizações, continuar ocupando as ruas e dialogar com a opinião pública para, com a força do povo, derrotarmos o golpe. Para quem tinha alguma dúvida, depois das mineiras medidas dos golpistas e das últimas revelações, ficou muito claro que o impeachment foi um pretexto para afastar a presidenta Dilma Rousseff com o objetivo de atrapalhar as investigações da Lava Jato”, comentou.
Para o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), a mobilização demonstra que a sociedade não aceita os retrocessos que estão sendo colocados em prática pelo governo golpista. “Os ataques aos direitos trabalhistas, as ameaças de corte nos programas sociais e o risco anunciado de diminuição nos recursos para saúde e educação estão fazendo com que as pessoas se mobilizem, porque essa agenda não é a que foi aprovada pelos eleitores nas urnas. Não vamos dar trégua aos golpistas”, declarou.
Ao longo da gigante onda vermelha que cobriu a cidade de Natal, a cena mais comum foi composta de acenos e manifestações de apoio por um número grande de pessoas que acompanharam a caminhada de seus locais de trabalho, apartamentos, automóveis, ônibus e paradas do transporte coletivo.