México: estudantes de Iguala estão mortos, admitem suspeitos
Os 43 normalistas desaparecidos no México foram assassinados, segundo declarações de participantes no crime divulgadas nesta sexta-feira (7) pelo procurador-geral Jesús Murillo.
Publicado 08/11/2014 11:00
Durante uma coletiva de imprensa na Procuradoria-Geral da República (PGR), Murillo mostrou vídeos nos quais membros do grupo criminoso Guerreros Unidos admitem o assassinato e incineração dos corpos dos estudantes da escola rural de Ayotzinapa, Iguala, estado de Guerrero.
Nessas declarações afirmam que transportaram os jovens em dois veículos para um pântano na região do município de Cocula, adjacente ao de Iguala, onde ocorreram os fatos violentos de 26 de setembro nos quais morreram seis pessoas, dezenas ficaram feridas e 43 em paradeiro desconhecido.
Um dos declarantes afirmou que vários dos jovens morreram asfixiados durante a viagem e os outros por disparos dos pistoleiros dessa organização.
De acordo com esses depoimentos, os cadáveres dos normalistas foram queimados com diesel, gasolina, pneus, lenha e plásticos durante a noite de 26 de setembro até horas da tarde do dia 27 de setembro.
Depois os corpos queimados foram quebrados e colocados em sacos pretos que lançaram no rio San Juan, onde efetivos federais encontraram fechado um dos sacos.
Segundo Murillo, o estado dos corpos torna impossível a extração do DNA em instalações do país, por isso propõe enviá-los a um sofisticado laboratório de uma universidade austríaca.
Afirmou que o governo prosseguirá na identificação, pois para a investigação oficial os 43 normalistas permanecem desaparecidos. Contudo – reconheceu – os restos mortais coletados no local da incineração, e a sacola encontrada no rio San Juan, apresentam coincidências com o grupo de Ayotzinapa.
O procurador informou que há 74 pessoas detidas e se emitirão outras 10 ordens de captura, na qual qualificou como uma das maiores operações policiais da história mexicana, que contou com a participação de milhares de efetivos da PGR, Exército, Armada, Guarda Nacional, entre outras instituições federais e do estado de Guerrero.
Declarou que com o grupo Guerreros Unidos foram apreendidos armamento de grosso calibre e mais de 53 mil cartuchos.
Reconheceu que durante a investigação encontraram várias covas com 38 corpos humanos que estão em fase de identificação, que não têm relação com os jovens de Iguala.
Fonte: Prensa Latina