Presidente mexicano começa turnê internacional e gera polêmica no país
O presidente mexicano Enrique Peña Nieto inicia uma jornda pela China e a Austrália que gera polêmica devido os conflitos em andamento em torno da questão dos estudantes de Ayotzinapa.
Publicado 09/11/2014 16:53
Peña Nieto estará sete dias ausente do país para atender importantes compromissos internacionais, ainda que a viagem ocorre quando setores nacionais reagem aos depoimentos de que os 43 estudantes secundaristas de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, foram assassinados e incinerados.
O presidente representará seu país na XXII reunião de líderes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico(APEC), de 9 a 11 de novembro, na China.
Depois realizará uma visita oficial ao gigante asiático nos dias 12 e 13 de novembro.
Peña Nieto fará sua jornada internacional na Austrália em 15 de novembro, onde assistirá à Cúpula do G-20.
"A decisão do presidente de encurtar sua agenda Ásia-Pacífico, obedece a sua preocupação de seguir atendendo os temas que hoje nos preocupam e nos doem", disse o chanceler mexicano José Antonio Meade
"Por isso, o presidente ajusta sua agenda aos encontros que maior impacto tenham no crescimento e desenvolvimento do país… Estes influem decisivamente no governo econômico mundial e trazem benefícios concretos ao país. Os dois grupos mais importantes são o Grupo dos 20 e o Mecanismo de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico", argumentou o Secretário de Relações Exteriores.
No entanto, legisladores de vários partidos políticos consideraram inoportuna a ausência do chefe de Estado do país, nesse momento de tristeza pela confirmação de que os estudantes desaparecidos em Guerrero estão mortos.
Legisladores del Partido de la Revolución Democrática (PRD), del Movimiento Ciudadano y del Partido del Trabajo (PT), chamam o presidente a enfrentar as consequências do caso Iguala, enquanto o Partido Revolucionario Institucional(PRI), no governo, considerou que deve cumprir com compromissos de Estado para garantir o interesse econômico do país.
O parlamentar Jesús Valdés, do PRI, respaldou a saída presidencial porque "a China está em processo de converter-se em um importante sócio comercial para México".
Miguel Alonso, coordenador do PRD, expressou que México "vive uma emergência requer a atenção de todos, em particular do Executivo. Ele deve se colocar à frente da investigação, e é muito delicado que nestes momentos abandone o território nacional".
Ricardo Monreal, quem preside a fração do partido Movimento Cidadão, afirmou que Peña Nieto "não deve ir, frente ao estado de emergência que se encontra o México, o conveniente e prudente é não sair porque há uma crise institucional", Monreal recomendou ao Presidente "encabeçar mudanças profundas para recobrar a confiança cidadã que está danificada e lastimada. Já a perdeu e a ele toca fazer um esforço".
No mesmo sentido expressou-se a deputada Lilia Aguilar, do PT, para quem o governante deve atender a governabilidade do país, onde todos os dias ocorrem atos de protesto pelo caso Iguala.
Fonte: Prensa Latina