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Ministério da Saúde reforça campanha contra a tuberculose

Declaração do coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, publicada nesta segunda-feira (5), deixou claro que diminuir a taxa de abandono do tratamento contra a tuberculose é o principal desafio do país no combate à doença.

Segundo ele, “o número de mortes por tuberculose no país representa apenas um décimo da mortalidade mundial, mas é um número absoluto que nos preocupa, porque se trata de uma doença que tem diagnóstico simples, tratamento altamente eficaz e medicamento gratuito oferecido pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. A gente não deveria ter esse número e de fato muito se deve ao abandono do tratamento."

De acordo com dados do ministério, nove em cada 100 pacientes que iniciam o tratamento não o levam até o fim. O máximo tolerável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é quase a metade disso: cinco em cada 100.

Embora a taxa de incidência da tuberculose venha caindo no país nas últimas décadas – atualmente é 37,7 casos para 100 mil habitantes – ainda morrem a cada ano cerca de 4.800 brasileiros em função da doença, na maior parte das vezes porque o paciente não concluiu o tratamento.

O coordenador explicou que a ampliação do número de atendidos é fundamental para quebrar a cadeia de transmissão da doença e evitar o aumento de resistência do bacilo de Koch, bactéria causadora da enfermidade.

“Muitas pessoas abandonam o tratamento, que leva em média seis meses, nas primeiras semanas, que é quando têm a sensação de estarem curadas, porque se sentem melhor, ganham apetite e peso. Isso ocorre porque a carga do bacilo diminui, mas com o abandono essa carga volta rapidamente e pior ainda, muitas vezes já com característica de resistência”, ressaltou.

Draurio Barreira destacou que reforçar as ações do Programa Saúde da Família, do governo federal, executado pelos municípios, fortalecerá a campanha e contribuirá para reverter esse quadro.

Combate

A superintendente de Unidades de Saúde da Secretaria Municipal do Rio, Betina Durovni, citou a comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, como um caso de sucesso em termos de redução das taxas de abandono do tratamento.

Embora o local lidere o número de casos de tuberculose no município, com cerca de 300 ocorrências por 100 mil habitantes, o fortalecimento da atenção básica, especialmente com a implantação de uma clínica da família que garante cobertura de 100% da população residente na comunidade, contribuiu para que taxa de cura superasse o patamar recomendado pela OMS, que é 85%.

Segundo ela, esse movimento está diretamente relacionado à redução no índice de abandono do tratamento. “É como se fossem dois pratos de uma mesma balança. Quanto menor o abandono, maior a cura, porque o tratamento, embora simples, é longo, leva em média seis meses, por isso o acompanhamento das equipes de saúde é tão importante, para garantir que o paciente não desista antes da cura total."

Fonte: Agência Brasil