Crise já faz 200 milhões de desempregados no mundo, diz OIT
Um relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que o número de desempregados em todo mundo chega a 200 milhões, o maior índice já registrado durante o atual momento da crise do capitalismo. E, se a economia continuar a desacelerar, o número poderá ser ainda maior em 2012 nos países do G20.
Publicado 26/09/2011 10:53
O documento, feito em conjunto com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi elaborado a pedido do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) e divulgado hoje, em Genebra, na reunião ministerial do grupo, que acontece entre hoje (26) e amanhã (27), em Paris. Segundo o levantamento, apesar da expressiva taxa de desemprego, ela vem diminuindo durante 2010.
No futuro, a OIT e a OCDE acreditam que se continuarem assim as taxas de crescimento do emprego, não será possível recuperar os 20 milhões de empregos que os países do G20 perderam desde 2008, quando a crise começou. Com isso, as perdas serão ainda mais devastadoras. Os órgãos apontam que os jovens serão os mais atingidos e que haverá uma incidência maior do desemprego de longa duração.
"Devemos atuar agora para reverter a desaceleração no crescimento do emprego e resistir à perda de postos de trabalho. É absolutamente indispensável dar prioridade ao trabalho decente e investir na economia real", afirmou em comunicado o diretor-geral da OIT, Juan Somavía, que defendeu uma cooperação mundial, além da retomada dos compromissos feitos nas cúpulas do G20 de Pittsburgh e Seul e o foco nos empregos de qualidade durante a recuperação.
Segundo avaliação da OIT e OCDE, o emprego deveria crescer a uma taxa anual de pelo menos 1,3% para chegar em 2015 com um nível similar ao registrado antes da crise. Somente essa taxa permitiria criar 21 milhões de empregos adicionais, ao ano, recuperar os postos de trabalho perdidos desde 2008 e absorver o aumento da população em idade laboral. Mas, ainda de acordo com o documento, o emprego crescerá a uma taxa de apenas 0,8% até o final de 2012.
A promoção do pleno emprego, o trabalho de qualidade e o respeito aos direitos trabalhistas fundamentais serão alguns dos pontos discutidos pelos ministros de Trabalho do G20. A solução apontada por Somavía é mais investimento para “crescimento das empresas na economia real e à geração de trabalho decente" para a criação de emprego que, para ele, “deve se transformar em uma das principais prioridades macroeconômicas".
Com agências