Milhares de pessoas protestam contra medidas de governo português
A central sindical portuguesa CGTP promoveu nesta quinta-feira o "Dia Nacional de Protesto e Luta", contra o aumento do desemprego e da precariedade e contra os cortes nas políticas sociais e salários.
Publicado 09/07/2010 15:42
O secretário-geral da CGTP Carvalho da Silva , disse que as manifestações ocorridas em Portugal, que reuniram milhares de trabalhadores por todo o país, devem criar dinâmicas de atenção na sociedade e motivar o diálogo por parte do governo português.
"A nossa preocupação é continuar numa linha que coloque na sociedade três grandes preocupações: uma é a denúncia da injustiça e da incoerência das políticas que têm sido seguidas, a segunda é manifestar perante isso o protesto e a indignação das pessoas, combater o amorfismo e a indiferença e evitar que sectores da sociedade caiam numa situação de rutura e também de radicalismo", disse o líder sindical.
"Em terceiro lugar vamos avançar com propostas alternativas, forçando a sociedade à discussão de caminhos futuros. Vamos ter muitos milhares de trabalhadores por todo o país", completou Carvalho da Silva.
Questionado sobre se as manifestações de hoje vão motivar o poder político a sentar-se mais vezes à mesa de negociações com os sindicatos, Carvalho da Silva disse que são os cidadãos que moldam as políticas.
"Por muito que o poder político diga que não olha para a movimentação das pessoas, e dos trabalhadores em particular, hoje como no passado o que determina o futuro da sociedade é a mobilização dos cidadãos, homens e mulheres", disse o secretário-geral da CGTP.
"Quanto mais mobilização dos trabalhadores houver mais dinâmicas de atenção se gerarão na sociedade portuguesa e portanto mais perspectivas de mudança. É por isso que nós lutamos", completou.
De Bragança a Faro, todas as capitais dos distritos portugueses foram palco de manifestações ou concentrações, assim como nas regiões autônomas. Em Lisboa, a Intersindical convocou uma manifestação que se encerrou diante da residência oficial do primeiro-ministro e que foi precedida por concentrações dos Trabalhadores da Administração Local e de Lisboa.
Importante resposta da classe operária
O Partido Comunista Português destacou em seu site que a ação nacional de protesto e luta "constituiu uma importante resposta da classe operária e de todos os trabalhadores à ofensiva que está em curso, designadamente o roubo nos salários, o aumento dos preços, as privatizações e diminuição de serviços públicos".
Comentando a realização de dezenas de ações por todo o país, com greves, paralisações, manifestações e concentrações, o site afirmou que a "importante jornada deu seguimento à histórica manifestação do passado dia 29 de maio e inseriu-se na preparação de outras iniciativas que a situação do país venha a impor".
"Uma jornada que contou com a solidariedade do PCP e com o empenho de milhares de comunistas que junto dos trabalhadores, contribuíram para o êxito destas ações", continua.
"Uma jornada que reafirmou a rejeição do rumo de desastre nacional da política do Governo PS que tem o apoio do PSD e CDS, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade de uma ruptura e uma mudança que garanta melhores salários, emprego com direitos, produção nacional, justiça social, soberania", conclui o site do PCP.
Da redação, com agências