Projeto Cidadania Ativa atende mais de 600 pessoas em Macapá
O Projeto Pai Legal e Registro Cidadão que atendeu milhares de pessoas, no último dia 31 de março (sábado), na escola Estadual Deuzuite Cavalcante, cedeu espaço também para a conscientização
Publicado 03/04/2007 11:20 | Editado 04/03/2020 16:11
No local, foi instalada uma urna eletrônica e simulada uma eleição sobre a violência do trânsito de Macapá. Na urna, continha a seguinte pergunta: Qual a causa da violência do trânsito de Macapá? Três eram as respostas, que representavam três candidatos, com os números: 01, 02 e 03. O candidato de número 01 defendia que a falta de fiscalização e punição era a principal responsável pela violência no trânsito de Macapá, portanto sua bandeira de campanha era a de que se as ruas fossem mais fiscalizadas e os motoristas verdadeiramente punidos os acidentes pouco ocorreriam na capital. Já o candidato de número 02, sustentou a falta de sinalização, amparado na idéia de que se as ruas fossem mais sinalizadas, com placas de pare, faixas de pedestres, sinalização vertical e horizontal, sinalização eletrônica, os acidentes seriam evitados.
Por fim, o candidato de número 03, elegeu como lema de sua campanha a falta de educação dos motoristas e dos pedestres, acreditando que com a educação nas escolas e nas famílias, surgiria uma nova geração de condutores e pedestres, conscientes e educados, comprometidos com a obediência às leis de trânsito e com o exercício da cidadania e, conseqüentemente, com a diminuição da violência no trânsito de Macapá.
Ao final da votação, no total de 570 eleitores que votaram, ganhou o candidato de número 03, com 348 votos, ao passo que, em segundo lugar, ficou o candidato de número 02 e, por último, o de número 03, com 96 votos. Do total, 23 eleitores anularam os seus votos e 02 votaram em branco.
Outros atendimentos feitos foram os seguintes: o alistamento (88), emissão de segunda via de título (28), revisão (06) e transferência (02), gerando assim, um total 694 atendimentos à comunidade.
A idéia muito bem aceita pelos presentes que compareceram ao local foi idealizada pelo TRE -Ap, na pessoa de seu presidente, Desembargador Carmo Antônio de Souza, que teve a colaboração dos juízes eleitorais Marconi Marinho Pimenta, Juiz da 10ª Zona Eleitoral de Macapá e coordenador da Campanha Paz no Trânsito do Tribunal de Justiça do Amapá; Dra. Elayne Koressawa, Juíza da 2ª Zona Eleitoral de Macapá e coordenadora do Projeto Pai Legal; do Tribunal de Justiça do Amapá e do Juiz João Guilherme Lages, que coordena o Programa Eleitor do Futuro, do Tribunal Regional Eleitoral.
Para o Desembargador Carmo Antônio de Souza, os que votaram na urna eletrônica tiveram oportunidade de cobrar dos representantes políticos o compromisso com os problemas sociais, principalmente, a violência no trânsito na cidade de Macapá, que deixa centenas de mortos todos os anos.
Segundo o Desembargador, além dos eleitores treinarem na urna eletrônica, contribuíram com suas opiniões com o direcionamento das políticas públicas, principalmente, identificando, através do voto consciente, as causas da violência do trânsito em Macapá.
O Juiz Marconi Marinho Pimenta, que há mais de dois anos coordena a campanha Paz no Trânsito do Tribunal de Justiça ressaltou que todos os que votaram participaram da busca de soluções para os problemas da violência do trânsito de Macapá, o que representa uma conquista de um canal de participação popular para o exercício pleno da democracia participativa, fortalecendo, ainda mais, toda a sociedade civil.
Ele também acrescentou Marconi que, o trânsito de Macapá é palco que revela o individualismo, a impunidade e a falta de solidariedade. Nossas ruas se transformam em arena de disputas, onde vale a ‘lei do mais forte’, onde o desrespeito às regras de trânsito, o uso de bebidas alcoólicas ou drogas, entre outros motivos, têm sido apontados como as principais causas de acidentes de trânsito.
Para a Juíza Elayne Koressawa, ao comentar o resultado da eleição, que também faz parte do projeto Cidadania Ativa, do Tribunal Regional Eleitoral, acrescentou que realmente a qualidade do trânsito depende, sobretudo, da relação entre as pessoas e não somente de mecanismos de controle por legislação ou fiscalização.
O Juiz João Guilherme Mendes Lajes vibrou com a participação das crianças na votação, que inclusive ganharam um brinde do Tribunal de Justiça ao votarem, e disse que se por um lado, os motoristas contribuem com uma parcela significativa dos problemas do trânsito e a população não conhece ou não exige seus direitos, por outro, falta ao Estado vontade política em tratar devidamente o assunto.
Agencias,