Para CPI, já existem provas contra 70 dos 90 investigados
Após dois novos depoimentos do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), adiantou que a investigação já obteve provas contra cerca de 70 dos 90
Publicado 09/08/2006 14:14
O relatório parcial terá cerca de 1.300 páginas e será apresentado na quinta-feira (10). “Qualquer que seja a definição numérica já é uma investigação que chega a uma conclusão espantosa quanto ao número de parlamentares envolvidos que comprovadamente recebiam vantagens indevidas e eram associados de emendas parlamentares”, relatou.
Indagado qual seria o número de parlamentares acusados, Biscaia respondeu: “qualquer número que se dê nesse momento não é real. Vocês podem colocar 77, 78 ou 71. E podem acertar ou errar”. Na seqüência confirmou que o número ficará em cerca de 70. “Tenho a convicção que sim.”
Os membros da CPI ouviram mais uma vez o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, empresa acusada de chefiar o esquema. O objetivo dos deputados era esclarecer algumas dúvidas e chegaram a dizer que as contradições poderiam derrubar o benefício da delação premiada do empresário. Contudo, depois do depoimento, o presidente da CPI elogiou a postura do acusado e disse que a conversa foi “esclarecedora”.
“São esclarecimentos que confirmam integralmente as provas acolhidas pela CPI”, resumiu Biscaia. Na seqüência, o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), comentou o depoimento. “A CPI entendeu que os esclarecimentos de hoje foram suficientes para acabar com quaisquer dúvidas sobre a participação ou não de parlamentares mencionados. Dentre os 90 mencionados, todos aqueles que o Vedoin acusou, ele apresentou provas. Existem parlamentares que não estão envolvidos, que é a minoria. Existem parlamentares envolvidos, que é a maioria”, disse.