Bastos: chego a pensar que SP não quer o dinheiro da segurança

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reafirmou nesta segunda-feira que os R$ 100 milhões oferecidos ao governo de São Paulo para gerenciar a crise dos ataques de organizações criminosas no Estado estão à disposição desde o dia 13 de julho, agua

 


 



Reagindo a declarações do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse na segunda-feira que “não se deve transformar a crise da segurança pública paulista em moeda eleitoral”.


 



Alckmin disse a jornalistas, no Rio, sobre os novos ataques da facção criminosa PCC, que acha “estranho que isso aconteça em época eleitoral”. O secretário, por sua vez, disse que o ministro “faltou com a verdade” sobre a transferência de 100 milhões de reais do governo federal para construir presídios e comprar equipamentos de segurança.


 



“Eu estou tratando de não politizar este assunto desde o começo e não vou fazer isso agora”, declarou Thomaz Bastos no Palácio do Planalto, depois de relatar a situação do Estado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


 



Em entrevista coletiva, Bastos disse ainda que a crise de São Paulo é um problema de gestão e de inteligência e que o setor penitenciário está fora de controle.


 



Na opinião do ministro, caso o governador Cláudio Lembo tivesse aceitado a ajuda do Exército desde a primeira oferta, a situação do Estado poderia estar “um pouco diferente”.


 



O ministro reafirmou que a verba de 100 milhões de reais, transferida ao Estado por medida provisória em 13 de julho, não foi liberada porque o governo de São Paulo não apresentou os documentos necessários para tanto.


 



“Pela veemência das declarações de algumas autoridades de São Paulo, fico com a impressão de que se está usando o fato de esse dinheiro não ter chegado como um tipo de pretexto”, disse Thomaz Bastos, sem mencionar o nome do Secretário de Segurança.


 



“A crise de São Paulo se deve à gestão e à falta de inteligência (obtenção e análise de informações)”, acrescentou o ministro. “Por isso mesmo queremos transferir esse dinheiro, para a compra de equipamentos de raio-x, espectógrafos e outros, além da construção de novas unidades penitenciárias.”


 



A equipe técnica do Ministério da Justiça também respondeu às críticas do secretário Saulo de Castro Abreu. Segundo a assessoria do ministério, os recursos já estão disponíveis, mas dependem da apresentação pelo governo estadual de projetos que expliquem detalhadamente os gastos. Os recursos se referem à construção de novos presídios e compra de equipamentos de inteligência, como equipamentos de raio-x e detectores de metais.


 


A assessoria disse que, até agora, São Paulo não apresentou nenhum projeto. A mesma medida provisória que autorizou os recursos para o estado de São Paulo também destinou R$ 100 milhões para outros estados, que, segundo o ministério, já acionaram os recursos. É o caso do Rio Grande do Sul, com R$ 12,4 milhões, e o Paraná, com R$ 10,7 milhões. Ambos já tinham enviado projetos ao Ministério da Justiça.


 



Mercadante:  falta eficiência


 



O candidato ao governo paulista pelo PT, Aloizio Mercadante, também comentou sobe a questão da segurança pública e afirmou que eram “previsíveis” os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) ocorridos na madrugada desta segunda-feira (7) na capital e interior de São Paulo.


 



“Eles foram anunciados e decorrem do colapso da segurança pública no Estado, principalmente nos últimos seis anos do atual governo”, disse ele se referindo às gestões do PSDB e PFL.


 



Segundo Mercadante, não houve coordenação no combate ao crime organizado nem às ações praticadas pelo PCC.


 



“No segundo trimestre deste ano nós tivemos 1.741 assassinatos no Estado. Isto é mais do que o número registrado no Iraque e no Líbano no mesmo período.


 



O candidato também criticou a política de combate ao PCC por parte do governo estadual. “Não há coordenação entre as polícias, falta eficiência”, disse.


Da redação,
com informações das agências