4 mil participam de manifestação em SP pela paz no Líbano
Com bandeiras libanesas, brasileiras e palestinas, camisas com fotos dos bombardeios, gritos de ''Estado de Israel, Estado Assassino'' e faixas de protesto, cerca de 4.000 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, realizaram neste domingo uma passe
Publicado 06/08/2006 15:40
Os manifestantes pediam, entre outras coisas, pelo cessar-fogo imediato do Exército israelense no Líbano.
O ato foi promovido neste domingo (6/8) pois a data coincide com o 61º aniversário de um dos maiores genocídios da história – a explosão da bomba atômica em Hiroshima, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Já nesta sexta-feira (4), das 13h30 às 14h30, o comércio paulistano fechou as portas na Rua 25 de Março. Protesto semelhante ocorreu em 28 de julho, no bairro do Brás.
Os protestos estão sendo organizados pelo Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes, que conta com a participação de mais de 20 entidades nacionais, entre elas o Centro Brasileiro de Solidariedade entre os Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), a Confederação Árabe-Palestina do Brasil (Copal), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Federação de Entidades Árabe-Brasileiras (Fearab).
Com as manifestações, as entidades querem chamar a atenção das autoridades brasileiras para a tragédia no Oriente Médio e pressioná-las a tomar atitudes concretas contra as agressões e em favor da paz. “O objetivo é juntar não só as comunidades libanesa e palestina em São Paulo, mas também as entidades da sociedade civil brasileira que estão solidárias nesse momento em relação ao massacre que está ocorrendo no Líbano e que já ocorre há muito tempo na Palestina pelo Estado de Israel”, disse Soraya Smaili, uma das organizadoras da manifestação e presidente do Instituto da Cultura Árabe.
Entre outras demandas, o comitê exige que o governo brasileiro se oponha publicamente ao massacre do povo palestino e libanês, que causou a morte de brasileiros e seus familiares. Há também pressões para que o embaixador brasileiro em Israel seja chamado de volta em sinal de protesto contra as agressões israelenses aos povos da região.
Em discurso na Câmara Federal proferido nesta semana, o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) tornou pública esta reivindicação. ''Estamos indignados e repudiamos a carnificina promovida pelo exército de Israel no Líbano e na Palestina. Os Estados Unidos e Israel devem parar com esse crime contra a humanidade'', afirma o deputado.
''É lamentável ver a maioria da população israelense hipnotizada pela falsa tese de que é preciso massacrar vizinhos para haver paz e segurança, mesmo que isso seja desmentido a cada dia'', completa Jamil.
A ofensiva do governo de Israel contra o Líbano teve início em 12 de julho e já destruiu toda a infra-estrutura do país, deixando milhares de vítimas e tornando 25% da população desabrigada e exilada.
Da Redação, com agências