DNOCS constroi barragem para melhorar abastecimento de água no Piauí
A Barragem Piaus, que está em fase de construção, deverá ser concluída até o final de 2006, se tudo der certo. A informação é do coordenador Regional do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (
Publicado 02/05/2006 12:35 | Editado 04/03/2020 17:02
José Carvalho informou que foram executadas as etapas de construção da estrada de 12 quilômetros de acesso ao local onde será erguida a barragem, que, quando estiver concluída, terá capacidade de armazenamento estimada em 62 milhões de metros cúbicos, o suficiente para garantir o abastecimento d’água para as populações desses dois municípios e ainda de Lagoinha e Vila Nova. A rede de energia elétrica, de alta e baixa tensão, igualmente foi instalada no local, bem como o canteiro de obras, que permitirá a construção da barragem.
Para este ano, já estão liberados mais R$ 5,1 milhões, aplicados através de um plano de trabalho elaborado pela equipe de técnicos do DNOCS. O coordenador informou, ainda, que está sendo feita a sondagem para iniciar a fundação da obra, que custará aos cofres públicos federais o equivalente a R$ 16 milhões no total. Além da barragem, o DNOCS mobiliza-se também na elaboração do projeto de instalação da adutora que permitirá o abastecimento das populações dos vários municípios da região.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMAR, órgão responsável pela expedição de licenças ambientais já realizou audiência pública no município de Pio IX, onde foi apresentado o relatório de impacto ambiental das obras de construção da barragem.
A audiência pública de Pio IX serviu para esclarecer dúvidas da população com relação à desapropriação de terras e indenizações. Famílias inteiras foram tranqüilizadas pelo diretor regional do DNOCS, José Carvalho Rufino, que garantiu a indenização, pelo órgão, de todos que estiverem na área onde a barragem será construída.
Benefícios da obra
Com a futura implantação da adutora de Piaus haverá o beneficiamento dos povoados de Mercador, Passagem da Onça, Mamão, Sanharó, Cacimba de Cima, Mandacaru, Caiçarinha, Piranhas e Queimada.
O sistema adutor deverá constar das seguintes partes constitutivas: Captação tipo flutuante na barragem do Piaus; Adução da água bruta com extensão aproximada de 20 km até a cidade de São Julião; Estação de Tratamento de Água localizada na cidade de São Julião, com capacidade para atender 100% da população futura de todas as cidades e povoados beneficiados até o ano de 2033 (fim de plano); Sistema de elevatórias a ser definido; Reservatórios de distribuição; Implantação/ampliação das redes de distribuição das cidades de Vila Nova e Campo Grande; Adução de água tratada nos trechos São Julião/Vila Nova; Vila Nova/Campo Grande; entroncamento da estrada estadual que liga São Julião à BR-230/Fronteiras; Fronteiras/Pio IX.
Trata-se de uma região em que a precipitação média anual é de 600mm, distribuída somente em 3 meses do ano. Não há cursos d’água perenes, o rendimento dos poços tubulares é baixo e muitas vezes com sais minerais em excesso.
A barragem está projetada para acumular cerca de 62 milhões de metros cúbicos d'água e destina-se principalmente ao abastecimento humano das cidades circunvizinhas. Também, secundariamente, servirá para perenização do rio, irrigação do vale, piscicultura e lazer.
"Sabemos do sofrimento da população para ter água para suas casas. A água que abastece a cidade é proveniente do açude Barreiras (52,8 hm³) localizado próximo da cidade. Em geral, o volume acumulado nessa barragem está em torno dos 15% da sua capacidade. A captação é do tipo flutuante e a vazão aduzida é de 45 m³/h. Antes de ser distribuída a água é filtrada por meio de dois filtros de pressão e clorada, sendo utilizada uma bomba dosadora tipo simplex", explica o secretário de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Piauí, Dalton Macambira.
Atualmente as famílias da região são obrigadas a comprar água, durante aproximadamente 6 meses, de caminhão-pipa.