Como se relacionar com quem defende o atual estado de coisas? Discutir a partir de argumentos racionais ou partir para o bate-boca? Há respostas afirmativas para as duas formas mas ambas são inconsequentes.
Por Lalo Leal, para a RBA
Houve um tempo em que o maior problema dos grupos de família no WhatsApp era a sequência infindável de “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”. A polarização da campanha eleitoral de 2018 que tomou conta desses ambientes virtuais contaminou muitas pessoas, que passaram a ver a tia como fascista, o sobrinho como comunista.
Uma pesquisa acadêmica recém-concluída aponta o perfil e os hábitos digitais dos leitores de fact-checking no Brasil.
Segundo relatou a Folha de São Paulo, após o ministro Luís Roberto Barroso determinar que o Google, Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp revelem ao TSE a contratação de impulsionamento de conteúdos “em favor do candidato eleito à Presidência da República, senhor Jair Messias Bolsonaro”, durante a campanha de 2018, as empresas deixaram perguntas sem respostas sobre o uso das plataformas.
As eleições presidenciais de 2018 inauguraram uma nova maneira de se fazer campanha no Brasil, conforme afirmam especialistas. O horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão perdeu a atenção quase exclusiva dos eleitores, que também não seguem mais seus candidatos em carreatas ou passeios públicos – mas em espaços virtuais fidelizados como os perfis dos políticos nas redes sociais.
O aplicativo de mensagens WhatsApp já foi tirado do ar, no Brasil, três vezes, em função de decisões de juízes de primeira instância. As três determinações tinham como base a recusa da empresa em divulgar o conteúdo das mensagens trocadas entre pessoas que estavam sendo alvo de investigação policial. Mas será que impedir milhões de usuários a terem acesso ao serviço é correto? Quem vai tomar essa decisão é o Supremo Tribunal Federal.