Ela tem cabelos trançados e roupas simples. Na multidão em Porto Príncipe, Martine Gestimé passa despercebida, mas ela traz um relato chocante. Pela primeira vez, uma mulher com rosto, nome e sobrenome resolve denunciar um soldado brasileiro no Haiti. Martine diz ter sido estuprada por um militar do Brasil em junho de 2007
Em reunião realizada na última terça-feira (24), juntamente com representantes do movimento LGBT, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, acertou a criação do Comitê de Segurança Pública para a População LGBT, no qual serão traçadas políticas públicas voltadas para as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
"É fundamental repudiar qualquer tipo de violência e transformar essa indignação em luta para a garantia dos direitos LGBTs. Políticas sociais efetivas são medidas que podem verdadeiramente apontar saídas. Além da responsabilização dos agressores, é preciso olhar para a história, não podemos acreditar que o punitivismo, a vingança e o ódio indiquem uma transformação social positiva”.
Por *Marina Araújo
“Dandaras Vivem" é um ato de amor à diversidade e, sobretudo, um ato político que, utilizando-se de expressões artísticas, endossa as manifestações por políticas públicas para a população LGBT. Às 19h, será lido um manifesto de reafirmação dos direitos desse público.
O caso Dandara chocou a sociedade e a opinião pública. Brutamente assassinada, a travesti deu voz a milhares de pessoas que sofrem transfobia, sentem de perto o preconceito e se importam com a garantia dos direitos. Em entrevista ao caderno cearense do Portal Vermelho, o advogado Hélio Leitão confirmou que aceitou defender a família no processo e garante que sua atuação ultrapassa a questão do Direito. “Esperamos que este caso ajude a avançar na promoção e proteção das minorias”.
A direita conservadora propaga diuturnamente que a esquerda defende direitos humanos para bandidos. Mas uma emenda proposta pelo primeiro vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), revela de que lado da balança está a esquerda. O parlamentar propõe diminuir de 1/6 a 2/3 a pena para o crime de estupro de vulnerável (cometido contra menores de 14 anos) quando o ato não envolver penetração ou sexo oral.
"Dandara merece revolta. Merece passeatas, choros, luto. Se, em morte, ela foi tratada como praga, em memória ela tem de ser Dandara. Ela, que é uma ponta de iceberg. Uma dentre centenas de vítimas anuais do país líder mundial em crimes de ódio contra LGBTQs”.
Por *André Bloc
A impunidade é o principal motivo para que um homem pratique violência sexual contra uma mulher. É o que pensam 76% das mulheres e 67% dos homens ouvidos na pesquisa divulgada pelo Instituto Patrícia Galvão.
Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e de outros cursos fizeram nesta quarta-feira (9) protesto no prédio da faculdade em repúdio à possível formatura e colação de grau do aluno Daniel Tarciso da Silva Cardoso, que responde a processo judicial pelo estupro de uma estudante de medicina, que também o acusa de tê-la dopado com bebida adulterada, durante uma festa, em 2012. A denúncia foi feita em 2015.
A Alta Representante de Política Exterior e de Segurança Comum da União Europeia (UE), Federica Mogherini, pediu nesta sexta-feira (16) às autoridades globais para não mostrar tolerância alguma perante "qualquer forma de violência sexual".
A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) contabilizou no ano passado, em comparação a 2014, aumento de 44,74% no número total de relatos de violência e de 129% no número de relatos de violência sexual (estupro, assédio, exploração sexual), com a média de 9,53 registros por dia.
Dados da Ouvidoria Geral mostram que denúncias passaram de 18, em 2014, para 108 em 2015, incluindo casos de assédio e violência sexual de “natureza diversa”. Os dados são da Ouvidoria Geral da USP.