Um olhar fugaz indicava que a eleição na Banda Oriental só devia revelar a incógnita se haveria ou não segundo turno. No entanto, de uma perspectiva mais histórica, o voto da sociedade uruguaia deu várias respostas mais.
Por Gabriel Puricelli*
O ex-guerrilheiro José Mujica, da governista Frente Ampla, e o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, do opositor Partido Nacional, disputarão o 2º turno nas eleições presidenciais do Uruguai. A informação foi confirmada nesta segunda (26) pela Corte Eleitoral. Mujica venceu a 1ª rodada do pleito, com 47,5% dos votos. Seu adversário obteve 28,5%. Para tentar barrar o claro favoritismo da Frente Ampla, as forças conservadoras estarão unidas no segundo turno, dia 29 de novembro.
As eleições presidenciais uruguaias devem ir para o segundo turno, conforme pesquisas divulgadas por emissoras locais de TV neste domingo (25), logo após o pleito. O senador e ex-guerrilheiro José “Pepe” Mujica, candidato da coalizão de esquerda no poder, a Frente Ampla, obteve 47% a 49% dos votos — pouco abaixo dos 50% dos votos totais necessários para faturar a disputa já no primeiro turno.
O Uruguai realiza neste domingo eleições presidenciais e para renovar o Congresso, nas quais o aspirante da coalizão governista de esquerda Frente Ampla, o ex-guerrilheiro José "Pepe" Mujica aparece como favorito, embora pesquisas antecipem a possibilidade de um segundo turno com o ex-presidente liberal Luis Lacalle (1990-95).
A Justiça uruguaia condenou nesta quinta-feira (22) o ex-ditador uruguaio Gregorio "Goyo" Álvarez a 25 anos de prisão pelo "homicídio especialmente agravado" de 37 opositores e por um crime de "lesa-humanidade".
Em discurso no encerramento da campanha da Frente Ampla, no Obelisco de Montevidéu, na noite de terça-feira (20), o escritor Eduardo Galeano manifestou a esperança de que a eleição de domingo libertará o Uruguai de "duas traves metidas na roda da democracia". Uma delas é a que impede o voto por correio dos uruguaios que vivem no exterior. A outra é a lei da impunidade, a lei de caducidade da pretensão punitiva do Estado (contra os crimes da ditadura), "batizada com esse nome rocambolesco pelos especialistas na arte de não chamar as coisas pelo seu nome". Veja o discurso de Galeano:*
Em entrevista à revista Teoria e Debate, o ex-militante tupamaro e atual candidato à presidência do Uruguai pela Frente Ampla, José “Pepe” Mujica, e seu candidato a vice, Danilo Astori, avaliam os desafios de um próximo governo de esquerda no Uruguai. Mujica fala sobre a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia e elogia o presidente brasileiro: “Ele negocia, tem a paciência de um velho dirigente sindical. Aliás, aqui entre nós, deveríamos clonar o Lula pela América Latina.“
A campanha para revogar a Lei de Anistia chegou ao fim no Uruguai, nesta terça-feira (20), com uma marcha que lotou o centro de Montevidéu. Apenas um dia após a Suprema Corte do país declarar a inconstitucionalidade da norma que impediu o julgamento de militares e policiais acusados de violações dos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985), cerca de trinta mil pessoas se mobilizaram, sob o lema "o último 20 com a Lei da Impunidade".
No próximo domingo, 25 de outubro, haverá eleições gerais no Uruguai e mais dois plebiscitos nacionais: um "sim" pela anulação da Lei de Caducidade do exercício da pretensão punitiva do Estado (conhecida como a Lei da Impunidade); e outro "sim" que respalda a reforma constitucional que incorporaria um número no Artigo 77 da Constituição da República, que habilita às/aos uruguaias/os a votar por correspondência desde o exterior.
A Suprema Corte do Uruguai declarou inconstitucional, nesta segunda-feira (19), a chamada Lei de Caducidade, que livrou de julgamento os militares acusados de violar os direitos humanos durante a ditadura no país (1973-1985). A decisão ocorre apenas seis dias antes do plebiscito no qual os cidadãos do país decidirão a anulação ou não da lei.
A corrida presidencial no Uruguai, que elegerá seu próximo mandatário no próximo domingo (25), chega à reta final com um favorito, o socialista José Mujica (45% das intenções de voto) e um persistente número de indecisos, em torno de 10%. Mujica é o candidato governista à sucessão de Tabaré Vasquez, que termina o mandato com um índice de aprovação popular em torno dos 60%.
A duas semanas das eleições marcadas para o dia 25 de outubro, a chapa da coalizão governista Frente Ampla que concorre à presidência do Uruguai mantém uma vantagem de 13 pontos em relação ao opositor Partido Nacional, informou uma pesquisa divulgada hoje pelo jornal Ultimas Noticias.