"As infelizes declarações do Presidente da República (sobre trabalho infantil) são dignas de indignação de qualquer um que realmente defenda o direito à vida e dignidade do povo brasileiro".
Ao fazer a esdrúxula defesa do trabalho infantil, Bolsonaro usou o próprio exemplo para dizer que “não foi prejudicado em nada" por ter colhido milho aos "nove, dez anos de idade" em uma fazenda de São Paulo. "O trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a idade", afirmou.
Dado foi divulgado no dia combate
O Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002, data da apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Anual do Trabalho. Já no Brasil, foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, em 2017, na mesma data do Dia Mundial, 12 de junho.
Por Marcos Aurélio Ruy*
Nesse feriado do Dia da Criança – 12 de outubro – é preciso falar também das crianças que perdem a infância sendo submetidas ao trabalho infantil. Apesar de grandes avanços, no Brasil ainda temos mais de dois milhões de crianças e adolescentes nessa situação.
Por Flora Bioschi*
esponsável por combater a prática de trabalho escravo e infantil, por atuar para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, fiscalizar a arrecadação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras atribuições, a auditoria-fiscal do trabalho passa por uma situação difícil no país. De 3.644 cargos existentes, 1.317 estão vagos. O número atual de 2.327 profissionais é o menor em 20 anos.
Lugar de criança é na escola. Infelizmente, tal frase ainda precisa ser repetida com frequência no Brasil. A cultura popular, sobretudo nas áreas rurais, de que certos tipos de trabalho ajudam na formação das crianças é um dos fatores que contribuem para que o País ainda esteja longe de erradicar o trabalho infantil. Mas definitivamente não é o único.
Neste 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, o Brasil não tem muito para comemorar. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), em 2015, havia 2,7 milhões de crianças e adolescentes trabalhando irregularmente e, diariamente, pelo menos sete delas são vítimas de acidentes graves no trabalho. O cenário é desalentador e deve se agravar ainda mais com o corte de investimentos em educação e o aumento do desemprego.
Por Verônica Lugarini
O número de vítimas, incluindo adolescentes, pode ainda ser maior, já que a estimativa é baseada apenas nos registros oficiais; 12 de junho é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.
Pesquisa Dieese/MPT revelou que quanto menor o nível de escolaridade do chefe de família, e quanto mais frágil o vínculo trabalhista, maior a incidência de crianças e adolescentes trabalhando.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai buscar, junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esclarecimentos a respeito de mudanças implementadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) deste ano. Nesta edição no levantamento, critérios que antes eram identificados como trabalho infantil deixaram de ser computados nos resultados, mudando o conceito da pesquisa e tornando-a impassível de comparação com as dos anos anteriores.
No Brasil, em 2016, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de um total de 40,1 milhões de crianças e adolescentes no grupo de 5 a 17 anos, 1,8 milhão estavam no mercado de trabalho.