A associação das vítimas da perseguição política na empresa ressalta o caráter inédito e histórico mundial do acordo para a justiça de transição, a memória e verdade da ditadura militar e a reparação coletiva.
A Volkswagen do Brasil vai destinar R$ 36,3 milhões aos trabalhadores que na época do regime militar (1964-1985) foram presos, perseguidos ou torturados. Ela torna-se a primeira empresa a anunciar uma reparação judicial por ter participado da repressão ao movimento operário durante a ditadura brasileira.
Pedro Cardoso mora em Portugal e, de fora, consegue ver uma floresta que, nós, daqui, ladeados pelo horror em que se tornou a governança brasileira só temos tempo de ver os galhos que se emaranham todos os dias sob nossos olhos.
Doze entidades da sociedade elaboraram um manifesto em protesto contra as atitudes da ministra de Bolsonaro.
Prisões do cantor e compositor pernambucano ocorreram em 1969 e 1975. “Durante muito tempo, tive vergonha disso – é muito humilhante”, conta o artista.
Antônio Pinheiro Salles conta como foi perseguido pelo regime militar. “Lamento que a sociedade em que a gente vive ainda permita a barbárie com relativa naturalidade.”
Além de remeter à escravidão, episódio de tortura de jovem negro é representativo de padrão racista que se repete em supermercados e shoppings e da chegada incompleta do Brasil ao mundo moderno, afirmam especialistas.
A Justiça Federal negou nesta quinta-feira (15) recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) e manteve válida a liminar que determinou a reintegração de 11 peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Eles haviam sido exonerados do órgão conforme um decreto assinado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) decidiu aceitar a denúncia de tortura e estupro de uma presa política durante o período militar no Brasil. A decisão foi tomada pela 1ª Turma do tribunal, por dois votos favoráveis – dos desembargadores Gustavo Arruda e Simone Schreiber – e um contrário, do relator, desembargador Paulo Espírito Santo.
Governos reacionários têm como uma de suas características a tentativa de mudar a história, apagar as torturas, brutalidades e desumanidades cometidas contra o povo. Como não podem mudar o presente (para melhor, porque sempre pode piorar), tentam mudar o passado, recontando a história sob o ponto de vista dos algozes, negando, minimizando ou justificando as atrocidades que a história não consegue apagar.
Por Pedro Gorki*
Como lidar com o desaparecimento? Como se luta pela memória de alguém que simplesmente desapareceu após desafiar o regime militar e o Estado finge não saber do seu paradeiro? A tarde desta sexta-feira (2) na cidade do Recife foi marcada por uma homenagem a um desaparecido. Fernando Santa Cruz, militante político, sequestrado pelas forças repressoras da ditadura militar em 1974.
Por Rodrigo Barradas
Em 29 de junho de 1969, há exatamente 50 anos, o regime militar (1964-1985) nascia a Operação Bandeirante (Oban), o maior centro de tortura e assassinatos do regime. O evento de lançamento da Oban, liderado pelo comandante do 2° Exército, general José Canavarro Pereira, contou com a presença do governador de São Paulo, Abreu Sodré, e dos comandantes locais da Marinha e da Aeronáutica. Mas foram os empresários que sujaram as mãos de sangue ao se envolverem diretamente com a operação.