Em fevereiro, notícias sobre a adoção de taxa negativa de juros por vários bancos centrais, ou a sua elevação, ganharam destaque na mídia. As decisões que mais ganharam destaque foram as dos bancos centrais do Japão e da Suécia.
Por Lecio Morais*
Centrais sindicais se reuniram nesta terça-feira (1º) em ato de pressão sobre o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), no sentido de evitar novo aumento na taxa de juros; com ironia, sindicalistas mostraram que nova elevação na Selic seria como dar “uma banana” ao emprego; “A recuperação econômica do país passa pela derrubada dos juros”, cravou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres; tendência é a de taxa Selic ser mantida.
As taxas de juros continuam subindo no início deste ano. Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira (24), a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 8,1 pontos percentuais de dezembro para janeiro, quando atingiu 439,5% ao ano. É a maior taxa já registrada na série histórica do BC, iniciada em março de 2011.
Para que as taxas de juros para utilização de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), elevadas recentemente em mais de 70%, retornem a seu nível normal, o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) apresentou um projeto de lei, esta semana, na Câmara dos Deputados.
Em repúdio à elevação da taxa de juros básica da economia, intelectuais, professores universitários, jornalistas, lideranças da sociedade civil, sindicalistas e militantes políticos que compõem a Frente Brasil Popular e o Fórum 21 divulgam, na última segunda (18), uma nota denunciando a irresponsabilidade do Banco Central e as consequências nefastas dos juros altos ao país.
O mercado já fez chegar aos seus cronistas que, se depois das previsões ruins para a economia mundial e piores para as brasileiras, o Banco Central não conceder um aumento generoso nas taxas de juros, isso terá sido porque o seu presidente, Alexandre Tombini, terá ‘cedido às pressões do petismo’.
Por Fernando Brito
Evidente que defender a imediata redução da taxa de juros está além de uma questão de princípios, passando por uma séria questão de ordem pública. Aliás, para este tipo de discussão, além de princípios, devem vir questões de ordem racional.
Por Elias Jabour*
Em sua coluna publicada no jornal Valor Econômico desta terça-feira (10), o professor e diretor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Yoshiaki Nakano, reconhece os prejuízos da desvalorização do real a curto prazo, mas aponta que “a médio e longo prazos, se a taxa real de câmbio for mantida estável, previsível e competitiva, os efeitos sobre o crescimento econômico serão extremamente benéficos para o futuro bem-estar da população brasileira”.
O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, manteve nesta quinta (28) as taxas de juros próximas de zero, como era esperado, mas deixou em aberto a possibilidade de um aumento na reunião de 15 e 16 de dezembro.
Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou, pela sétima vez seguida, os juros básicos da economia. A reunião do Banco Central (BC) que reajustou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano, ocorreu nesta quinta-feira (29), em Brasília. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a taxa de juros do cartão de crédito subiu de 12,02% ao mês ou 290,43% ao ano em março para 12,14% ao mês ou 295,48% ao ano em abril. A taxa de abril é a maior desde março de 1999, quando chegou a 13,45% ao mês ou 354,63% ao ano.
Analistas e investidores aumentaram a projeção do patamar de encerramento da taxa básica de juros neste ano. De acordo com as previsões, a Selic, hoje em 13,25%, deve chegar a 13,5% ao ano no final de 2015. Para 2016, a projeção dos juros básicos subiu de 11,5% para 12% ao ano. As previsões estão no boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras que é divulgada semanalmente pelo Banco Central.