O racionamento de água na região metropolitana de São Paulo tem como agravante o festival de nonsense perpetrado pela equipe do governo Alckmin. A comédia começa com as declarações de Paulo Masssato, diretor metropolitano da Sabesp, dizendo que “se houver alguma crise maior, vamos distribuir água de canequinha”.
Por Edson Domingues, para o Diário do Centro do Mundo*
A quantidade de água armazenada na segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, alcançou 8,9% nesta quarta-feira (18). O nível do sistema vem subindo diariamente desde o dia 5 deste mês, mas ainda é considerado crítico.
Investimentos e criatividade são as ferramentas das escolas da Grande São Paulo para lidar com a falta de água. As cisternas têm sido uma das opções mais procuradas para os estabelecimentos que podem arcar com os custos. Apesar de a água da chuva não ser própria para consumo, as reservas podem ser usadas para garantir a limpeza e o funcionamento dos banheiros.
Prefeitos das regiões que estão sendo mais afetadas pelo colapso hídrico – como os municípios que são abastecidos pelo Sistema Alto Tietê e Cantareira –, resolveram agir diante da passividade do Governo do Estado de São Paulo e propuseram a criação de um plano de contingência para encarar o problema, que já afeta a vida das pessoas e causa impacto na economia. O anúncio foi feito pelo comitê, em reunião que ocorreu nesta sexta-feira (13).
Enquanto nos aproximamos do colapso total no abastecimento em São Paulo, políticos tentam desesperadamente culpar a natureza: “é por causa da falta de chuva”. Nada disso. O problema é político mesmo.
Por Gabriel Kogan, no site Cosmopista
Os reservatórios do Sistema Cantareira registraram aumento nos níveis pelo terceiro dia consecutivo. O principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo opera neste domingo (8) com 5,7% da sua capacidade. A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que o volume armazenado aumentou 0,1 ponto percentual.
O número de casos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano aumentou 57,2% entre 2014 e 2015, saltando de 26.017 para 40.916 em todo o Brasil. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, coloca, entre os motivos do aumento, a crise hídrica, que faz com que muitas pessoas estoquem água em casa.
Empossado no mês passado na Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o engenheiro civil com mestrado em hidrologia e doutorado em recursos hídricos Benedito Braga parece ter todos os predicados necessários para conduzir a pasta – à qual a Sabesp está subordinada – em um momento delicado como a atual crise de abastecimento, que pode levar a um racionamento de água severo e até ao esgotamento do Sistema Cantareira.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse considerar “grave” a situação do abastecimento de água e a forma como o recurso vem sendo administrado pela empresa. Segundo o executivo, “é preciso torcer pelo melhor, mas estar preparado para o pior”.
Por Renato Bazan*, no jornal Olho Crítico
O nível do Sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, ficou estável nesta quinta-feira (5) em 5,2% depois de duas altas consecutivas. Desde o começo de fevereiro, já choveu sobre esse sistema 54,8 milímetros (mm) – bem mais do que em igual período de janeiro, quando o volume tinha atingido apenas 8,7 mm. A média histórica para o mês é 199,1 mm.
Movimentos sociais, sindicatos e organizações não governamentais reunidas no Coletivo Luta pela Água anunciaram na manhã de desta quarta-feira (4) que vão ingressar com uma Ação Civil Pública na Justiça paulista, pedindo a responsabilização de agentes públicos pela falta de água em São Paulo.
O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira registrou nesta terça-feira (3) a primeira alta de 2015. O volume subiu para 5,1%, contra 5% ontem, de acordo com medição da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A ligeira elevação é resultado das chuvas sobre o manancial nos últimos dias.