Brasil lidera o ranking mundial dos maiores juros reais – a taxa básica de um país, descontada a inflação esperada para os próximos doze meses.
De acordo com o setor financeiro, o IPCA (considerado a inflação oficial do Brasil) fechará o ano em 5,92%, mesmo com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano
Setores produtivos temem que aumento restrinja atividade econômica
Para o professor de Economia da UnB, elevação da taxa básica de juros da economia, além de ineficaz para conter os preços, recai sobre os trabalhadores, causando o aumento do desemprego.
“Quem se beneficia é o setor financeiro, os rentistas em geral. Quem se prejudica é o setor empresarial produtivo, assim como quem tem dívida atrelada à Selic”, diz o professor José Luis Oreiro, em entrevista à RBA.
Juros estão no maior nível desde abril de 2017, mas inflação continua aumentando, independente da demanda interna.
É a oitava vez consecutiva em que as projeções do IPCA são elevadas, segundo as estimativas que constam do Boletim Focus, do Banco Central.
País ocupa o topo do ranking elaborado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management, segundo informa o jornal Hora do Povo.
Oitavo aumento consecutivo deve manter 2022 com alto patamar de restrição ao crédito e desestímulo à atividade econômica.
Chefe do Departamento econômico da CNC e ex-diretor do BC, o economista acredita que, ao decidir sobre o patamar dos juros no país, o Copom deveria levar em conta, além da inflação, a atividade econômica e a trajetória da dívida brasileira.
A decisão do Banco Central, por um sétimo aumento expressivo da Selic, aumenta o custo do financiamento, desestimula a economia e inibe o crescimento econômico, diz a confederação.
Após crise na equipe econômica por discordâncias com quebra no teto de gastos, Guedes pressionou o Banco Central “autônomo” a aumentar juros para agradar o mercado.