Essa inversão cultural faz com que não lembremos que o dia 31 de outubro, no Brasil, é dedicado a um personagem genuíno do folclore nacional: o Saci-Pererê, que permanece parcialmente esquecido do nosso imaginário
Para falar sobre as histórias desse menino travesso e a importância desse mito para a cultura brasileira, a Radioagência Brasil de Fato conversou com o colunista Mouzar Benedito, que também é jornalista, geógrafo, contador de causos e sócio-fundador da Socidade dos Observadores do Saci (Sosaci).
Moleque levado, negrinho de uma perna só, que usa gorro vermelho. Conhecido por suas travessuras, como dar nó na crina do cavalo, salgar a comida e assustar os bichos com assobio. Fuma cachimbo e faz redemoinho. O saci-pererê é uma das figuras mais emblemáticas do folclore brasileiro e tem seu dia comemorado em 31 de outubro. Em entrevista, o sócio fundador da Sosaci, Mouzar Benedito fala sobre a figura mais conhecidas do folclore nacional
Um dos fundadores da Sociedade dos Observadores do Saci (Sosaci), o escritor e jornalista Mouzar Benedito afirma que a ideia de comemorar essa data surgiu como contraponto à “invasão do Halloween” no país.
Por Marco Aurélio Ruy
Acontece no dia 3 de novembro a Festa do Saci e seus amigos, no Parque Municipal Juliana de Carvalho Torres, na Cohab Raposo Tavares, quilômetro 9 da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo (SP). A iniciativa é de diversos movimentos populares e culturais que acontece desde 2010. Em contraponto ao Halloween, o Dia das Bruxas, algumas cidades do país se comemora o Dia do Saci em 31 de outubro.
Participei do Congresso da União Brasileira de Escritores, realizado em Ribeirão Preto entre 12 e 15 de novembro, fazendo uma palestra sobre um tema sugerido pelos organizadores. O texto básico da palestra é esse a seguir. É extenso… Paciência, leitores.
Por Mouzar Benedito.
Não há nada mais servil do que se deixar dominar culturalmente. Quando a força das armas vem, pode-se até entender. Mas quando o domínio se dá de forma sub-reptícia, via cultura, parece mais letal. O Brasil vive isso de forma visceral. A música estadunidense invade as rádios e a juventude canta sem entender a mensagem. No comércio abundam os nomes de lojas em inglês e até as marcas de roupa ou sapato são na língua anglo-saxônica. E tudo acontece automaticamente, como se fosse natural. Não é!