Com uma solenidade marcada pela emoção, a presidente Dilma Rousseff empossou os sete membros da Comissão da Verdade, nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto. Em companhia dos quatro ex-presidentes do período democrático, Dilma falou sobre o compromisso do país com a verdade da história, com o acesso da história verdadeira às novas gerações e principalmente com a consolidação da democracia no país, para que nunca mais fatos como esses voltem a acontecer.
Eles não vão parar. Cresce a mobilização para que se apurem os crimes ocorridos durante a ditadura militar no Brasil. Nesta segunda-feira (14), integrantes do Levante Popular da Juventude realizaram 12 atos em 11 estados. As manifestações populares, conhecidas como escrachos ou esculachos, geralmente ocorrem em frente da casa ou do local de trabalho de militares que agiram como torturadores durante os anos de chumbo.
Cem jovens do Levante Popular da Juventude fizeram o ‘esculacho’ do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, que foi reconhecido pela presidenta Dilma Roussef como torturador da Operação Bandeirante, no município do Guarujá, no litoral de São Paulo (Rua Tereza Moura, 36), nesta segunda-feira (14).
A Comissão Parlamentar da Verdade da Câmara quer tornar público os assassinatos de dois mil indígenas durante o regime militar, entre os anos de 1972 e 1975. Os índios da etnia waimiri-atroari eram contrários à construção da BR-174, que liga Manaus e Boa Vista e corta a área original da reserva indígena no Amazonas.
Em 17 de outubro de 2011, uma jovem de 24 anos esperava ansiosa pela entrevista que anunciava o retorno do programa de entrevista Roda Viva, da TV Cultura. No centro, cabo Anselmo, que delatou diversos militantes à ditadura que mortos ou desaparecidos. Aquele homem falando abertamente ao vivo na televisão, impune, causou-lhe tamanha indignação que, quando se deu conta, estava com uma amiga na porta da emissora, em São Paulo, arremessando dois ovos no carro que o levava embora.
As ações penais contra sequestradores e torturadores, que praticaram atos durante a ditadura militar, movidas pelo Ministério Público Federal, abrem caminhos sem volta para os crimes acobertados pela lei de Anistia. A avaliação é de Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo e conselheiro da Comissão de Anistia, em entrevista.
Para discutir a instalação da Comissão de Verdade, o Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai realizar, de 9 e 11 de maio, no Rio de Janeiro, o Simpósio Internacional de História Contemporânea: Memória, Trauma e Reparação.
Á Joel Vasconcelos dos Santos e Lincoln Bicalho Roque, heróis da juventude e do povo brasileiro,
Por Augusto Buonicore*
Ativistas dos direitos humanos e ex-perseguidos políticos da ditadura militar fizeram uma passeata no início da noite desta sexta-feira (27) na Avenida Paulista, na região central da cidade de São Paulo. Após a caminhada, eles entregaram uma carta no escritório da Presidência da República pedindo que a presidenta Dilma Rousseff nomeie rapidamente os sete membros que integrarão a Comissão da Verdade.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou o Projeto de Lei 889, de 2011, que cria a Comissão Estadual da Verdade “para acompanhar e subsidiar” a comissão nacional, ainda não instalada. A proposta é assinada por quatro deputados: Gilberto Palmares (PT), Graça Matos (PMDB), Luiz Paulo (PSDB) e Paulo Ramos (PDT). O funcionamento depende de regulamentação pelo Executivo.
As iniciativas do Ministério Público Federal para instaurar investigações criminais sobre violações de direitos humanos cometidas no passado assinalam um momento crucial na história do Brasil, declarou a Anistia Internacional, tendo em vista que, no dia 24 de março de 2012, promotores federais em São Paulo denunciaram à Justiça o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o delegado de polícia Dirceu Garvina pelo sequestro do líder sindical Aluízio Palhano Pedreira Ferreira em 1971.
A viúva e a filha do operário Manuel Fiel Filho agradeceram aos parlamentares da Comissão Parlamentar da Verdade, ligada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a homenagem e lembrança do operário morto pela ditadura militar. Na audiência, realizada nesta terça-feira (17), foi exibido o filme "Perdão, Mister Fiel", seguido de debate sobre a história de Fiel Filho. As duas mulheres manifestaram esperança de que a Câmara consiga descobrir a verdade sobre o crime que ainda não foi elucidado.