A delação do empresário Joesley Batista, da JBS, abalou a frágil relação da cúpula peemedebista, liderada por Michel Temer, com o PSDB. Desde então, a crise se instaurou e a decisão da reunião da executiva tucana de permanecer no governo, definitivamente rachou a legenda. O primeiro efeito direto dessa decisão foi a rejeição ao projeto de reforma trabalhista na comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, nesta terça (20).
Em nota publicada nesta quarta-feira (21), a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) parabenizaram o senadores e senadoras que votaram contra o relatório da proposta de reforma trabalhista, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal.
Mal conseguiu digerir a derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta terça (20), e a base aliada do governo teve que ir para a sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para acompanhar a leitura do relatório da reforma trabalhista pelo senador e líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR).
Em artigo publicado nesta segunda-feira (19) no jornal O Diário de São Paulo, o vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres afirmou que tentam desmontar os direitos trabalhistas “na surdina” se aproveitando do clima de denúncias contra o presidente da república. Para o dirigente, os senadores, que debatem a reforma trabalhista, devem ficar ao lado de quem eles representam.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) avalia que a vitória na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta terça-feira (20), que rejeitou a proposta apresentada pelo governo Michel Temer, foi uma importante vitória política que enfraquece o governo.
A Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado deu início à sessão de leitura do relatório da reforma trabalhista, elaborado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Depois de sofrer uma derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o governo agora investe para tentar reverter a situação na Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJC), onde o relator é o senador Romero Jucá (PMDB). Em seu parecer pela aprovação do projeto, que deve ser lido esta quarta (21), ele reitera argumentos contestados por sindicalistas, estudiosos e ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ignorando, portanto, o debate que tem sido travado sobre o tema.
"É o cenário do trabalhador bóia-fria". Esse é o comentário do diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, sobre a afirmação de que a reforma trabalhista vai gerar empregos. Estudo feito pelo Santander e publicado nesta terça-feira (20) pelo jornal O Globo afirma com estardalhaço que em caso de aprovação a reforma criará em menos de um ano 2,3 milhões de empregos.
Por Railídia Carvalho
Ao comentar a rejeição do projeto de reforma trabalhista, por 10 a 9, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta terça-feira (20), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) resumiu: “A vitória foi dos trabalhadores". A voz dos trabalhadores ecoou mais alto no Senado nesta terça-feira (20).
A Constituição estabeleceu a dignidade humana e os valores sociais do trabalho como fundamentos da nossa República. Para efetivá-los, previu diversos direitos sociais, entre os quais o trabalho e a Previdência Social, mas também a educação, a saúde e a segurança.
Por Cirlene Luíza Zimmermann*, no Justificando
Nesta terça-feira (20), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou por dez votos a nove o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista. Apesar da votação apertada, o resultado representou uma derrota que fragiliza o governo num momento em que tentava demonstrar uma contraofensiva, diante da crise instaurada pela delação do empresário Joesley Batista.
A rejeição ao relatório do governista Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre o projeto de reforma trabalhista, hoje (20), na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, "aumenta muito o ânimo da tropa" oposicionista, além de expor senadores até agora favoráveis ao texto, avalia o analista Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).