A aprovação da reforma trabalhista nesta terça-feira (11) no plenário do Senado foi considerada por sindicalistas um golpe contra os trabalhadores sem precedentes na história das relações de trabalho no Brasil. Na opinião dos dirigentes, a resposta dos trabalhadores também virá na mesma proporção da reforma.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou nesta terça-feira (11) durante votação da proposta de reforma trabalhista no Senado que o projeto será “marcado pela selvageria e perversidade contra os mais pobres”. De acordo com Renan, o Senado se omite em um momento em que o presidente da República “responde a delações em série do grupo e facção a que pertenceu e liderou”. Para ele, “a Casa não pode permitir que esta conta vá para o trabalhador”.
Por Railídia Carvalho
A contrarreforma que objetiva subtrair os direitos dos trabalhadores produzirá uma queda geral dos salários. Um empresário ignorante avalia que isso é positivo porque reduzirá os seus custos e, portanto, ele ficaria mais competitivo.
Por João Sicsú*
Ao encaminhar voto contra a reforma trabalhista, o senador Humberto Costa (PT/PE) afirmou que a sessão desta terça (11) “desnuda” as causas do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. “É uma tentativa de deixar o Estado cada vez menor, de jogar nas costas do povo a responsabilidade e os custos da crise. É para retirar direitos, diminuir a rede de proteção social, precarizar as relações de trabalho e, concretamente, criar condições para ampliar a taxa de lucro dos empresários”, criticou.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou à Agência Senado que as senadoras da oposição, que ocuparam nesta terça-feira (11) a mesa diretora do Senado contra a reforma trabalhista, foram manipuladas pelos senadores da oposição. Cristóvão Buarque (PPS-DF) tratou o episódio com ironia. Para Lúcia Rincón, presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), as declarações revelam que “o patriarcado está vivo na mente desses senadores”.
Por Railídia Carvalho
No discurso durante a votação da reforma trabalhista, a senadora Gleisi Hoffmann foi dura com os governistas. Ao chamar de “vergonha” a votação açodada de matéria tão impopular, ela afirmou que os parlamentares – em grande parte empresários – agem em defesa de seus próprios interesses, e não em favor do povo brasileiro. “A cabeça dos senhores é escravocrata. Não importa a dor do outro, a fome”, disse.
11 de julho de 2017 entra para a história como o dia em que o Senado Federal rasgou a legislação trabalhista. Abrindo mão de sua função de legislar, 50 senadores votaram a favor da reforma de Michel Temer, 26 contrários e uma abstenção.
Após o protesto de seis senadoras de oposição que ocuparam a Mesa Diretora do Senado para impedir a votação do projeto de reforma trabalhista, o presidente da Casa Eunício Olievira (PMDB) retomou a votação. A oposição participa da sessão, mas denuncia os danos que a aprovação do projeto poderá causar aos trabalhadores e ao país.
Enquanto o Senado continua com luzes apagadas no plenário, mesa diretora ocupada por senadoras da oposição e integrantes da base aliada reunidos para decidir sobre a continuidade dos trabalhos, manifestantes de vários estados brasileiros se reúnem em pontos estratégicos da capital do país. Eles protestam, de forma pacífica, mas organizada, contra a proposta de reforma trabalhista.
“A sensação é de estado de exceção. Não estamos em um país democrático onde se conversa, se pondera. Aqui não acontece isso. Aqui se tira arma para os representantes dos trabalhadores como aconteceu com o Adilson”, declarou ao Portal Vermelho João Paulo Ribeiro, o JP, secretário de trabalhadores do serviço público da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Ele acompanha no Senado a votação da reforma trabalhista.
Por Railídia Carvalho
O senador José Medeiros (PSD-MT) acaba de protocolar no Conselho de Ética ação por quebra de decoro contra as senadoras que ocupam o Plenário e impedem a votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) O documento tem 15 assinaturas.
Em protesto contra a reforma trabalhista, as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB), Fátima Bezerra (PT-RN) e Gleisi Hoffman (PT-PR) ocuparam a mesa como forma de resistir ao retrocesso proposto pelo governo de Michel Temer.