O cientista político, professor Moniz Bandeira, em entrevista ao O Cafezinho, avaliou que o desmonte da legislação trabalhista e da Previdência está criando as condições para uma “convulsão social” no Brasil.
As centrais sindicais se reuniram nesta quinta-feira (13), na sede da Nova Central, para analisar o cenário e reafirmar a unidade em torno da defesa dos direitos da classe trabalhadora. Em nota, as centrais reiteraram sua oposição à proposta de reforma trabalhista sancionada nesta quinta por Michel Temer.
A Medida Provisória (MP) que, segundo os governistas, irá minimizar pontos da reforma trabalhista continua gerando polêmica nesta quinta-feira (13), quando Michel Temer sancionou a reforma, aprovada na terça-feira (11). Matéria publicada nesta quinta na Folha de S.Paulo sustenta que a contribuição sindical não faz parte de minuta que a reportagem teve acesso.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou ao presidente Michel Temer, na tarde desta quarta-feira (12), o veto da reforma trabalhista, aprovada pelo Senado na noite de terça-feira (11). O órgão afirmou que, caso o projeto seja sancionado, não descartam entrar com uma ação de inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia da votação do projeto de "reforma" trabalhista, o PLC 38, o juiz Jorge Luiz Souto Maior escreveu em seu blog sobre a iminência de um juízo final. Aprovado o texto no Senado, isso não aconteceu, apenas "juízos de valor claramente expostos", avalia o juiz, para quem a história continua, mas a derrota não pode ser menosprezada.
A vigília realizada no Senado, na terça-feira (11), pelo movimento sindical teve momentos de tensão, momentos de negociações e conversas mas, acima de tudo, muita disposição para resistir ao sepultamento da legislação trabalhista.
A sanção da reforma trabalhista que será realizada nesta terça-feira, às 15h, no Palácio do Planalto, é uma forma de Michel Temer prestar contas rápida aos empresários, afirma Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, consultor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Também nesta terça, Temer deve publicar a Medida Provisória sobre pontos da reforma trabalhista.
Por Railídia Carvalho
Entre as grandes transformações regressivas das ultimas décadas no mundo está a passagem da hegemonia de um modelo de bem-estar social à de um modelo liberal de mercado. No primeiro o Estado assumia a garantia de direitos da população, na segunda o Estado se retira e deixa o mercado promover a guerra de todos contra todos.
Por Emir Sader
O Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT), do Instituto de Economia da Unicamp, elaborou um dossiê para contribuir com o debate da reforma trabalhista apresentada pelo governo Temer e aprovada na Câmara e no Senado.
A última edição do Jonal da Unicamp traz uma entrevista com o sociólogo Ricardo Antunes, o economista José Dari Krein e a desembargadora do trabalho aposentada Magda Barros Biavaschi, que participaram do seminário “Greve Geral de 1917 – O Centenário da Greve Geral e o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL). Na entrevista, os três condenam a reforma trabalhista aprovada no Senado.
A presidenta eleita Dilma Rousseff lamentou, em suas redes sociais, a aprovação pelo Senado da reforma trabalhista. Ela a classificou como “assassinato da CLT”, promovido pelo governo de Michel Temer.
Em menos de 24 horas após a aprovação da reforma trabalhista, o suposto acordo firmado para aprovar o texto confirma-se como mais um golpe do governo Temer, só que desta vez, além de rasgar os direitos dos trabalhadores, o governo traiu os senadores. Isso porque para aprovar a reforma trabalhista sem emendas, e assim evitar que o projeto voltasse à Câmara, Temer se comprometeu a vetar ou tratar em medidas provisórias os pontos que fossem rejeitados pelos parlamentares.
Por Dayane Santos