Em apenas 45 dias sob o governo Jair Bolsonaro (PSL), o Itamaraty “antiglobalista” já é alvo de críticas generalizadas. Na opinião de Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), a crise é de tal precocidade e envergadura que parte da comunidade internacional começou a evitar o Ministério das Relações Exteriores e elegeu o vice-presidente, Hamilton Mourão, como interlocutor preferencial.
O professor Maurício Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, analisa o governo Bolsonaro e suas contradições internas, em particular a política externa. Segundo Santoro, há um entrechoque de ditas concepções antiglobalização do chanceler, de um nacionalismo dos militares que se altera e do ultraliberalismo do superministro da Fazenda, Paulo Guedes. Para o professor, confrontos e controvérsias deverão marcar a política externa do atual governo.
O ex-deputado federal baiano e dirigente nacional do PCdoB, Haroldo Lima, criticou a política externa que vem sendo construída pelo futuro governo de Jair Bolsonaro.
"A probabilidade de se agravar a situação de ineficácia da política exterior e de desprestígio do Brasil no mundo pode ser muito elevada"
Entre os muitos retrocessos já anunciados pelo presidente eleito e sua equipe, em áreas diversas, tem causado especial e justificado escândalo entre especialistas o prometido cavalo de pau na política externa.
Por Orlando Silva*
Entre os muitos retrocessos já anunciados pelo presidente eleito e sua equipe, em áreas diversas, tem causado especial e justificado escândalo entre especialistas o prometido cavalo de pau na política externa.
Por Orlando Silva*
No último dia 10 de dezembro, Michel Temer disse em entrevista à Globonews que se reuniu com lideranças do bloco BRICS na Argentina e tentou “tranquilizá-los” em relação à política externa do futuro governo de Jair Bolsonaro. A conversa fiada de Temer não durou uma semana. Nos últimos dias, vieram à tona opiniões desastrosas do futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que deram motivos de sobra para que os parceiros do Brasil no BRICS já comecem a pensar no Bloco sem a presença brasileira.
Em artigo em seu blog, intitulado "O Brasil não pode virar uma província talibã", o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral analisa os arroubos do futuro governo Bolsonaro sobre política externa.
Pela primeira vez desde o Império a mais poderosa e organizada carreira burocrática do Estado brasileiro, a diplomacia, será chancelada por uma doutrina teocrática das Relações Exteriores.
Por André Calixtre, no Le Monde Diplomatique*
Motivo de desconfiança na imprensa internacional, Jair Bolsonaro deu mais um tiro no pé nesta semana ao indicar Ernesto Araújo, um sujeito obscuro e com jeitão de aloprado, para o estratégico cargo de ministro das Relações Exteriores.
Por Altamiro Borges*
Pouco mais de 48 horas após o anúncio da indicação do Embaixador Ernesto Araújo, para assumir a condução das relações exteriores no Brasil, já são incontáveis os artigos e textos opinativos em geral sobre o perfil do diplomata. Na grande maioria dos comentários registrados denota-se a perplexidade e a incredulidade diante da escolha.
Por Ana Maria Prestes*
Ernesto Araújo se espelha em "nacionalismo" de Trump, é contra o "marxismo cultural" e considera nazismo de esquerda.