Na última década, a desigualdade no Brasil chegou ao nível mínimo já registrado no país, e a renda da metade mais pobre da população aumentou em ritmo 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Acho que essa década (anos 2000) pode ser chamada de década da redução da desigualdade; assim como os anos 90 foram chamados de década da estabilização", afirmou Marcelo Neri, da FGV.
Cerca de 16,2 milhões de brasileiros são extremamente pobres, o equivalente a 8,5% da população. A identificação de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza foi feita pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), a pedido do governo federal, para orientar o programa “Brasil sem Miséria”, que deverá ser lançado nas próximas semanas pela presidente Dilma Rousseff.
O Plano Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema — que será lançado pelo governo federal em maio — tem três grandes eixos de atuação: a universalização do acesso aos programas de transferência de renda, a ampliação e a qualificação dos serviços públicos e a chamada inclusão produtiva, para capacitação de mão de obra.
O exemplo brasileiro da adoção de programas de transferência de renda, principalmente o Bolsa Família, deverá ser tomado como referência pelo Banco Mundial (Bird) que organiza um plano internacional para a próxima década. O foco do banco é a renovação das estratégias de atuação nas áreas de proteção social e trabalho. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa, representará o Brasil nos debates.
O cantor Bono Vox, líder da banda irlandesa U2, se encontrou nesta segunda-feira com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre a possibilidade de iniciar um projeto conjunto na luta contra a pobreza na África, durante um encontro realizado em São Paulo.
Encontro, que termina nesta quarta-feira (17), em Brasília, teve participação da ministra Tereza Campello e de conselheiros que representam a sociedade civil na defesa da segurança alimentar e nutricional.
A nova marca do governo federal demonstra o compromisso da presidente Dilma com a erradicação da pobreza extrema no país. E o primeiro passo nessa direção é o fortalecimento do Programa Bolsa Família, que recebeu significativo aporte de R$ 2,1 bilhões.
Por Tereza Campello, na Folha de S.Paulo
A presidenta Dilma tem afirmado como orientação estratégica de seu governo o combate à pobreza e à erradicação da miséria. Muito bom, muito melhor do que se fosse o crescimento do PIB.
Por: Silvia Camurça*, na Rede Brasil Atual
Durante séculos, a ideologia dominante no Brasil via a pobreza como uma coisa natural, contra a qual não havia necessidade de preocupação política. No máximo, um sentimento pessoal de caridade. Recentemente, o assunto passou a ser visto sob a ilusão e a promessa de que o crescimento econômico tinha por objetivo também reduzir e até eliminar o quadro de pobreza como, se supunha, nos países desenvolvidos.
Por Cristovam Buarque, no Blog do Noblat
O Ministério da Pesca será incorporado ao grupo de oito ministérios que atuará no Programa de Erradicação da Pobreza Extrema. “Temos condições de investir mais nos gargalos que impedem o desenvolvimento desse setor e podemos usar o pescado para garantir mais alimento à mesa dos brasileiros”, disse a ministra Ideli Salvatti. Além disso, lembrou ela, os pescadores artesanais integram o público alvo do futuro programa.
O principal avanço do programa de erradicação da pobreza extrema é a possibilidade de integrar as áreas social e econômica. A avaliação é do pesquisador em política social da Universidade de Brasília (UnB), Vicente Faleiros. "O Brasil demorou a compreender que o caminho é a integração", destaca Faleiros, ao elogiar o programa de erradicação da pobreza anunciado na primeira reunião ministerial comandada pela presidente Dilma Rousseff.
Inclusão produtiva, ampliação da rede de serviços sociais do governo e a continuação da rede de benefícios. O governo pretende atuar nessas três frentes para erradicar a pobreza no Brasil. O programa de erradicação da extrema pobreza foi discutido, nesta quinta-feira (7), em reunião da presidente Dilma Rousseff com ministros que atuarão no programa.