Número alarmante de quase metade de ex-diretores de agências de saúde saem para trabalhar no mercado que elas regulam. Prática comum interfere em políticas e pode favorecer mercado da saúde em detrimento do interesse público
País já é o epicentro do coronavírus. Não há sistema público, consultas são caríssimas e cerca de 70 milhões estão sem assistência ou com planos precários. Desastre é iminente — assim como repensar a mafiosa indústria dos seguros de saúde
O governo neoliberal de Jair Bolsonaro (PSL) quer exterminar o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores serviços públicos de saúde do mundo. E agora são as operadoras de planos de saúde que defendem no Congresso um projeto que pode deixar os 47,3 milhões de beneficiários sem atendimento médico-hospitalar integral.
Por Marcos Aurélio Ruy
O desmonte do SUS em detrimento das operadoras privadas elevou em 10% os custos dos planos de saúde cobrados aos cerca de 8,1 milhão de usuários de planos individuais, apesar da inflação no período ter sido de 4,39%.
Em um cenário de eleições e indefinições sobre coligação e alianças partidárias o Congresso Nacional deve retomar as atividades nesta semana. Na Câmara, a discussão sobre a venda da Embraer será feita em Comissão Geral. No Senado está previsto debate acalorado sobre a privatização da Eletrobras e instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito.
Após gerar polêmica com novas regras para os planos de saúde que possibilitariam a cobrança de 40% dos procedimentos e exames dos consumidores além da mensalidade, a Agência Nacional de Saúde (ANS) voltou atrás e revogou a norma nesta segunda-feira (30).
A Bancada comunista protocolou dois projetos de decreto legislativo para sustar aumento de 10% nas mensalidades e confrontar os novos modelos de regulação dos planos, ambas definições da ANS.
Por Ana Luiza Bitencourt
As novas regras de coparticipação e franquia anunciadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as despesas do consumidor com os planos de saúde devem subir a partir de dezembro deste ano. As mudanças estabelecem percentual de até 40% do valor da mensalidade a ser cobrado pela operadora para a realização de procedimentos e determinam limites mensais e anuais a serem pagos pelo consumidor por coparticipação e franquia.
A regulamentação das regras para aplicação de coparticipação e franquia em planos de saúde, publicada nesta quinta-feira (28) pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) deixam claro o viés da ANS a favor dos planos de saúde e contra os brasileiros.
Os funcionários do Banco do Brasil e os empregados da Caixa Econômica Federal no Ceará realizaram protestos na última quarta-feira (20) para mostrar que estão insatisfeitos e exigem fim das mudanças nos seus planos de saúde: Cassi e Saúde Caixa. Dirigentes do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) se juntaram à categoria em agências e unidades de Fortaleza e nos municípios do Interior para defender seus direitos.
Responsável pela autorização de reajuste nos preços dos planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pode apresentar proposta com novo aumento ao ministério da Fazenda até o final do mês. Se aprovada, será a 15º alta acima da inflação em uma década. A voracidade do mercado agora tenta avançar sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Iberê Lopes
Nos últimos três anos mais de 3 milhões de brasileiros saíram dos planos de saúde privados. A motivação para essa redução está ligada ao contexto econômico, como o desemprego e a necessidade de diminuir os gastos familiares. Em meio a isso, o governo Michel Temer também decidiu apertar os cintos para fechar as contas, todavia, a prática de Temer coloca em xeque a continuidade do SUS que é maior política de inclusão na saúde do país.
Por Verônica Lugarini