Assim como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras, a Idade do Petróleo não chegará ao fim por falta do líquido negro, mas sim pelo desenvolvimento tecnológico em larga escala de seu substituto
Fiel ao entreguismo, o governo Michel Temer entregou o pré-sal brasileiro nesta quinta-feira (7), na 4ª Rodada de Partilha da Produção do Pré-Sal, realizada no Rio de Janeiro. As estrangeiras Shell, ExxonMobil, Chevron, BP Energy, Petrogal, Statoil (estatal norueguesa) foram as vencedoras das três de quatro áreas nas bacias de Campos e Santos oferecidas pelo governo. Uma delas, Itaimbezinho, ficou sem ofertas. O total arrecadado foi de R$ 3,15 bilhões.
Em fevereiro passado, o governo Temer reduziu as exigências de Conteúdo Local (nacional) obrigatório para o próximo leilão de petróleo e gás, a 14ª rodada. As novas regras preveem que blocos em terra (“onshore”) terão índices de exigências reduzidas no Conteúdo Local.
Enquanto as ruas gritavam “Fora, Temer!”, a ilegítimo aproveitou o carnaval para dar mais um passo na sua política de desmonte do Estado. A Petrobras e a francesa Total assinaram nesta terça (28) contratos relacionados à Aliança Estratégica firmada em dezembro do ano passado, que envolve os campos de Iara e Lapa do pré-sal.
Um dia após a Câmara dos Deputados decretar o fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal, o presidente mundial da petrolífera anglo-holandesa Shell, Ben van Beurden, se reuniu com Michel Temer (PMDB), no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (10), para acertar a atuação do cartel na exploração de petróleo.
A Câmara dos Deputados tirou da Petrobras a exclusividade na exploração do pré-sal. Os destaques ao projeto de Lei (PL) 4567/16 foram votados nesta quarta-feira (9) e rejeitados pelos parlamentares. O texto-base do projeto foi aprovado no dia 5 de outubro.
A Petrobras faz mudanças, a regulação se modifica. Interessa a todos examinar o sentido dessas mudanças, seus efeitos e os interesses nacionais envolvidos.
Sergio Gabrielli, professor de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ex-presidente da Petrobras, avalia que a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4567/2016 enfraquece a capacidade da Petrobras atuar como indutora da economia brasileira. O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (5), retira da estatal a exclusividade na exploração do pré-sal, abrindo a possibilidade para empresas estrangeiras atuarem no setor.
A queda no preço do barril de petróleo não deveria ter tanto impacto no Brasil, uma vez que o país não é grande exportador. Mas a dívida da Petrobras, que praticamente dobrou com a desvalorização do real, tem deixado a companhia mais vulnerável. Contrários à estratégia da estatal de corte de investimentos e venda de ativos, petroleiros defendem renegociar a dívida, convertê-la para reais e capitalizar a empresa – inclusive com recursos dos bancos do Brics e da China.
Por Joana Rozowykwiat
O volume de petróleo exportado pelo Brasil mostrou um crescimento de 52% no período entre os meses de janeiro e outubro deste ano. A alta nas vendas para o mercado exterior ocorreu devido ao crescimento de 10% na produção interna, além de encomendas de grandes mercados internacionais como a China e os Estados Unidos.
O especial Defesa Nacional do Portal Vermelho publica artigo do comandante e Engenheiro Antonio Didier Vianna, de 2010, porém atual, em que ele associa a importância dos recursos do pré-sal, para a viabilização dos nossos meios de defesa naval.
Publicado no Blog Desenvolvimentistas
Haroldo Lima, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo é o convidado do Jornal da Record News para falar sobre o pré-sal e dá uma aula sobre petróleo e o sistema de partilha.