O governo federal, maior acionista da empresa, tem direito a R$ 32 bilhões.
Decisão do governo de limitar o ICMS vai ainda na contramão de países como Estados Unidos e Reino Unido, que debatem aumentar o imposto para subsidiar os combustíveis.
Para o representante dos trabalhadores da estatal, Íkaro Chaves, não basta cancelar a privatização, mas garantir excedentes de energia, em vez de lucros, para alavancar o desenvolvimento nacional e energia barata para o povo.
A economista Clarce Ferraz também critica a privatização da Eletrobras como a perda de um elemento chave para a estruturação da transição energética limpa, renovável e justa.
Especialistas defendem em seminário que a perda gradual de controle estatal sobre estas empresas estratégicas impede a geração de excedentes para investir na sociedade, restringindo sua produção a geração de lucro para acionistas.
Para o geólogo Guilherme Estrella, discutir a Petrobras é discutir o Brasil como ocupação colonial estrangeira, desde que a Petrobras foi esquartejada em 2016 e vendida ao capital internacional na forma da BR Distribuidora, os gasodutos e refinarias.
A engenheira Magda Chambriard considera inadmissível a estatal vir a público ameaçar desabastecimento, como já fez, e também exigir que o acionista majoritário tenha que pedir autorização para o minoritário para fazer o que precisa ser feito. “Esse estatuto precisa ser revisto”.
Carlos Felipe Rizzo mostra como a reordenação das cadeias produtivas no mundo contribui para uma janela de oportunidade totalmente nova para a Petrobras, em relação a vinte anos atrás.
“Embora Bolsonaro diga que tem menos de 50% de participação na Petrobras, ele tem 100% da culpa da inflação de combustíveis, porque nomeia os diretores picaretas, que fazem o jogo do mercado americano para vender os ativos”, diz o engenheiro da Petrobras, Fernando Siqueira.
O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, apresentou o tema do seminário “O Desmonte do Setor de Energia – Petrobras e Eletrobras – e os Caminhos para a sua Reconstrução”
Com troca de comando na estatal, parlamentares de diferentes partidos dizem que o presidente quer esconder a incompetência da sua equipe econômica
“Isso é um desfile de insensatez e com o objetivo político não só de tirar a culpa do governo Bolsonaro, mas de sinalizar para o mercado o grande saque, o saque definitivo do Brasil que é a venda da Petrobras na bacia das almas para o mercado financeiro”, afirmou José Luís Oreiro. Em entrevista ao Portal Vermelho, professor da UnB defendeu a utilização dos dividendos pagos pela Petrobras à União para concessão de subsídio aos caminhoneiros e à população.