Bento, que morreu aos 95 anos, em 2013 se tornou o primeiro papa em 600 anos a renunciar após escândalos financeiros da igreja, deixando um legado intelectual conservador.
Há vários embates em torno do livro no qual Bento 16 publicou textos críticos à visão de Francisco, mas do qual acabou retirando sua assinatura. O pano de fundo é a disputa sobre o Concílio Vaticano 2º e o próximo pontificado.
Existe um ditado muito popular no Brasil: “se a carapuça serviu, vista-a”. Há tempos o mais alto líder da Igreja Católica, o papa Francisco, vem alertando os fiéis sobre o crescimento do fascismo no mundo e o risco de nascimento de regimes totalitários. Há poucos dias das eleições presidenciais no Brasil, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) parece se sentir muito incomodado com os posicionamentos mais progressistas de líderes religiosos e chegou a acusar a CNBB de "parte podre" da igreja.
A grave crise moral que atravessa todo o corpo institucional da Igreja fez com que o Conclave elegesse alguém que tenha autoridade e coragem para fazer profundas reformas na Cúria romana e inaugurar uma forma de exercício do poder papal que seja mais conforme o espírito de Jesus e adequado à nova consciência da humanidade. Francisco é o seu nome.
Por Leornardo Boff*
A partir das 10 horas (6 horas de Brasília) desta terça-feira (12), os 115 cardeais que têm direito a voto começaram a escolher o sucessor do papa Bento XVI, iniciando a concentração para a primeira votação do conclave, marcada para as 17 horas (13 horas de Brasília). Eles participam de ritual, que inclui missa, juramento e uma pequena procissão a pé, acompanhada por cantores religiosos.
Teólogo revela como os papas Ratzinger e Wojtyla reintroduziram a Inquisição, perseguiram divergentes e tornaram quase impossível a renovação da Igreja.
Entrevista a Amy Goodman e Juan Gonzalez, no DemocracyNow
Ele esperou até 1992 para deixar os hábitos de monge franciscano e abandonar o monastério onde vivia. A essa altura já havia atravessado uma experiência impactante: no dia 7 de setembro de 1984, o chefe da antiga Inquisição, hoje chamada de Congregação para a Doutrina da Fé, o colocou no mesmo assento que ocuparam o teólogo Giordano Bruno e o astrônomo Galileu Galilei.
Por Martín Granovsky, Página 12
Entre os 117 cardeais com direito a voto no conclave – eleição para eleger o novo papa em março – pelo menos 9 são acusados publicamente de terem praticado ou acobertado atos ilegais como assédio sexual e pedofilia. O número, que equivale a quase 8% dos religiosos com poder de decisão no Vaticano, escancara uma das crises institucionais por que passa a Santa Sé.
O anúncio da renúncia do papa Bento XVI, a revelação do mundo corrompido abrigado no Vaticano, as manobras do papa para garantir que seu sucessor seja de seu grupo na hierarquia católica estão sendo analisadas por jornalistas e estudiosos de variadas tendências.
Por Carlos Pompe, para o Portal Vermelho
Ao colocarem uma pedra sobre o Concílio Vaticano 2º, Wojtyla e Ratzinger confundiram Igreja com Ocidente, e cristianismo com capitalismo.
Por Toni Negri
Um dos nomes mais fortes para suceder o papa Bento XVI, o cardeal de Gana Peter Turkson, defende a pena de morte para homossexuais em Uganda.
Advogado alemão Ernst von Freyberg foi nomeado por Bento XVI para o lugar que estava vago desde a demissão do presidente anterior, após denúncias de escândalos; nomeação deve ser uma das últimas grandes decisões do papa antes da renúncia e sinaliza que ele continua no controle